O acusado se mostrou bastante nervoso durante o julgamento.
O julgamento de um dos crimes de maior repercussão em toda a região terminou por volta das 20h30 desta quinta-feira (31). Os jurados reconheceram todos os argumentos da acusação e condenaram o réu, Márcio Silva Pereira, o Zangão, por homicídio triplamente qualificado. O juiz fixou a pena em 15 anos e 6 meses de reclusão que devem começar a ser cumpridos em regime fechado. Ele também foi condenado a 2 meses por ameaçar a mãe da vítima. Defesa e acusação anunciaram que vão recorrer.
O julgamento ficou o tempo todo com o plenário lotado de familiares, amigos, estudantes e pessoas que acompanharam na época a história cruel. Muitos assistiram de pé ao julgamento. O réu chegou a rezar durante o júri e a mãe da vítima, emocionada, clamou por justiça. Os familiares vestiam camisetas com a foto da garota. O Dr. Gustavo Virgílio, advogado de defesa, pediu a desclassificação do crime para lesão corporal seguida de morte. O promotor de justiça, Paulo César Freitas, sustentou a tese de homicídio triplamente qualificado.
O julgamento começou por volta das 14h00. O réu foi interrogado e confirmou a versão apresentada anteriormente. Segundo ele, durante o interrogatório, fez uso de cocaína antes das agressões contra a namorada, Maria Helena Priscila Fernandes. Márcio contou que, antes de fugir da casa, prestou socorro à vítima e ela estava lúcida. Ele afirmou que se entendeu com ela antes de fugir.
O acusado também disse que se refugiou no meio do mato onde não havia energia, por isso só soube depois que ela havia morrido. O promotor de Justiça, veio em seguida e fez alguns questionamentos, porém ele não quis responder, atendendo a recomendações dos advogados de defesa. O promotor apresentou um bastão que Márcio havia utilizado para agredir a garota.
O advogado de defesa perguntou sobre como ele havia chegado em casa na noite do crime e também se havia facas no interior da residência. Quanto a esta última pergunta, ele falou que trabalhava em um frigorífico, por isso havia tanto as facas comuns da cozinha quanto facas de uso profissional. Márcio ainda relatou que recebeu ameaças da família da vítima quando estava preso.
O crime que chocou a sociedade patense e repercutiu em todo o estado aconteceu em maio de 2011. Zangão chegou em casa de madrugada e teria passado horas espancando a companheira de 16 anos. A garota foi internada em estado grave, passou por uma cirurgia de emergência e faleceu pouco tempo depois no Hospital Regional Antônio Dias. Na época, o Patos Hoje registrou em fotos as marcas da violência a que foi submetida a garota.
Zangão foi preso alguns dias depois pela Polícia Militar. Ele confessou que espancou a companheira e disse que estava cego de ciúmes. No dia do crime, Márcio teria flagrado a companheira em companhia de outro homem atrás de um dos banheiros do Parque de Exposições. As agressões ocorreram quando o casal chegou em casa. Após o interrogatório, defesa e acusação fizeram os debates que ainda houve réplica e tréplica.
A defesa de Zangão alegou que ele não tinha a intenção de matar a companheira e que o crime praticado pelo réu seria penas lesão corporal seguida de morte. Mas o Ministério Público pediu a condenação de Márcio por homicídio triplamente qualificado. O promotor de justiça, Paulo César de Freitas fez a denúncia e, mesmo estando em outra promotoria, sustentou a acusação.
Por fim, Márcio foi condenado a 15 anos e seis meses de reclusão a serem cumpridos em regime inicialmente fechado. Ele também foi condenado a dois meses por ameaça contra a mãe da ex-companheira. Márcio foi levado para a penitenciária de Carmo do Paranaíba onde deve cumprir a pena. Acusação e defesa anunciaram que vão recorrer.
Patos Hoje