Entre 2007 e 2013, caiu 45% o número de pessoas que misturam álcool e direção, segundo pesquisa do Ministério da Saúde. O índice passou de 2% em 2007 para 1,1% em 2013. Os homens de Belo Horizonte e de outras cinco capitais reduziram o consumo de álcool ao volante durante o período, conforme a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), que ouviu 52,9 mil pessoas no ano passado e foi divulgada ontem. O levantamento é realizado anualmente em todas as capitais e no Distrito Federal.
O Ministério da Saúde atribui a redução à Lei Seca. “Uma legislação mais rígida mexe no comportamento da população de todo o país”, analisa a coordenadora de Vigilância de Agravos de Doenças não Transmissíveis da pasta, Déborah Carvalho Malta.
“Mesmo se não aconteceu de fato a redução (apontada pela pesquisa), pelo menos aumentou a educação do motorista brasileiro”, afirma o consultor em transporte e trânsito Silvestre de Andrade. Para ele, quando o condutor deixa de admitir em uma pesquisa que bebe e dirige é um indicativo de mudanças no comportamento. “A Lei Seca suscitou o debate, e hoje muitas pessoas têm consciência (dos riscos de beber e dirigir) com ou sem a presença de blitze”, afirma.
Sobre a queda do índice de homens que admitem beber e dirigir, o consultor avalia que a Lei Seca e a mídia têm relação com a mudança de hábito. “Os homens são os condutores mais ousados e que mais se envolvem em acidentes. A divulgação da lei ajudou a iniciar uma alteração cultural”, explica Andrade.
O especialista alerta, porém, que a presença de policiais nas vias é necessária, já que a conscientização proposta pela legislação ainda não é compartilhada por todos os motoristas. “A presença da polícia na rua é fundamental. Sem ela, podemos perder as conquistas que a resolução trouxe”, ressalta.
CNH suspensas. Apesar de os dados mostrarem queda no número de motoristas que bebem e dirigem, 9,2 Carteiras Nacionais de Habilitação (CNHs) são suspensas em Belo Horizonte diariamente em decorrência de embriaguez ao volante, entre 1º de janeiro a 9 de setembro deste ano, segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). A média é semelhante à de todo o ano passado (9,1), conforme O TEMPO mostrou no último dia 27.
Até o fim de setembro, de acordo com a Seds, quatro blitze eram feitas por dia na capital, mesma quantidade desde 2012. Ainda conforme a pasta, as operações estão sendo intensificadas gradativamente, e no próximo mês 2.000 policiais vão se formar e passar a atuar nas fiscalizações.
Internações
SUS. Em 2013, foram registradas 169.869 mil internações no Sistema Único de Saúde (SUS) relacionadas a acidentes de trânsito. Os procedimentos custaram mais de R$ 229 milhões.
Fonte: O Tempo