Devido à proporção de o parto natural no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) ficar em torno de 30%, ele foi selecionado pelo Ministério da Saúde para integrar o projeto piloto Parto Adequado, que visa incentivar o procedimento realizado de modo normal. O HC-UFU fará parte da iniciativa, assim como outras quatro unidades hospitalares públicas e 23 privadas do País.
A seleção foi divulgada, na última sexta-feira (27), pelo governo federal e, com a ajuda do Hospital Israelita Albert Einsten e do Institute for Healthcare Improvement (IHI), equipes multiprofissionais do HC-UFU deverão ser treinadas com o objetivo final de reduzir as cesarianas. Segundo a diretora-técnica do HC-UFU, Aglai Arantes, são feitos em torno de 2 mil partos ao todo por ano. Portanto, cerca de 600 (30%) são partos normais e aproximadamente 1,4 mil (70%), cesáreas.
Ainda de acordo com a diretora-técnica do HC-UFU, Aglai Arantes, além de treinamento, o hospital também poderá receber incentivos financeiros ao participar do projeto que estimula a realização de partos normais. No entanto, ela não soube dar detalhes do assunto, uma vez que a escolha do hospital ocorreu de forma compulsória. “Soubemos agora da triagem e não tivemos acesso às minúcias. Sabemos que faremos parte desse grande estudo e que deveremos seguir um cronograma”, disse ela. “Já estamos em contato para acertar os detalhes. Esperamos, com isso, ao menos equilibrar o número de partos normais e cesáreas”, afirmou.
Informação preliminares divulgadas pelo ministério apontam que os participantes do projeto serão agregados em uma estratégia que envolve, em linhas gerais, “adequação de recursos humanos”, com três modelos assistenciais alternativos que deverão ser testados (leia mais nesta página). Fora isso, ações complementares, como adequações no ambiente da maternidade, estímulo à participação de acompanhantes, visitas guiadas à maternidade, entre outros, também serão estimuladas.
Também conforme o ministério, o hospital selecionado “deverá seguir integralmente as recomendações e diretrizes propostas, testando o conjunto completo de mudanças”. Os resultados dessa intervenção, conforme a pasta, só poderão ser conhecidos em médio e longo prazo, uma vez que as ações deverão ser introduzidas gradativamente até que possam ser adotadas em larga escala.
Diretora quer reduzir cezáreas em 10%
O Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) foi escolhido pelo Ministério da Saúde para integrar o Parto Adequado por realizar cesárias em cerca de 70% dos partos feitos na unidade que é referência aos municípios da região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. A diretora-técnica do HC-UFU, Aglai Arantes, afirmou que isso ocorre devido às características das pacientes atendidas, normalmente, em situações clínicas consideradas desfavoráveis, o que exige, na maioria das vezes, que sejam feitas cesárias.
“Vamos descobrir o que será possível fazer para aumentar o número de partos normais durante o projeto. Se diminuirmos o número de cesáreas em até 10% já será uma grande conquista”, disse Aglai Arantes. No ano passado, por exemplo, conforme reportagem publicada pelo CORREIO de Uberlândia no início de fevereiro, 1.443 (pouco mais de 70% do total) foram cesáreas e 644 (pouco menos de 30%) foram partos normais.
3 modelos assistenciais são elaborados
Os três modelos assistenciais alternativos que serão praticados no projeto Parto Adequado, consequentemente por seus integrantes, como o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), foram elaborados, conforme o Ministério da Saúde, “com base em evidências científicas e em experiências exitosas desenvolvidas por outras maternidades do país”.
Em linhas gerais, o primeiro modelo seria o parto realizado pelo plantonista do hospital. Já o segundo propõe que o parto seja realizado pelo médico que acompanhou o pré-natal da paciente com o suporte de uma equipe multidisciplinar de plantão. No terceiro modelo, finalmente, o parto seria assistido por um dos integrantes de uma equipe de profissionais que deverá ser composta por três ou mais médicos e enfermeiras obstetras.
Correio de Uberlândia
HC-UFU participa de projeto piloto que visa incentivar parto normal
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