Após abandonar o handebol por conta de lesões no joelho, Ricardo Tostes se dedica à corrida de rua e supera limites ao completar a Maratona de Santiago, no Chile
Acostumando a correr em quadras durante partidas de handebol, o atleta Ricardo Tostes viu sua rotina mudar após sofrer lesão no menisco e no ligamento cruzado anterior dos dois joelhos. Sem condições de continuar jogando, o mineiro de Ituiutaba encontrou na corrida uma forma de ficar perto de um esporte. No início do mês veio a primeira conquista: disputou a primeira maratona. A prova foi em Santiago, no Chile. O atleta, que concilia a profissão de personal trainer com os treinos, finalizou a prova de 42 km pelas ruas centrais de Santiago em 4horas e 11 minutos, enfrentando o clima seco da região.
“O clima é bem seco, e lá você não transpira. É impressionante. A altitude é a mesma de Ituiutaba, mas é entre as Cordilheiras, então é seco e frio. Devia estar uns 10° C quando comecei a prova. O nariz resseca e incomoda para dar uma respirada mais profunda. Fora isso, não tive problemas“, disse o personal trainer.
Ricardo jogava de ponta no handebol e, após lesão no menisco e no ligamento cruzado anterior do joelho direito, trocou o lado da ponta, mas lesionou o outro joelho da mesma forma.
“Eu fiz cirurgia no joelho direito e fiquei um tempo parado. Larguei o handebol e depois de uns três anos, passei a correr. Comecei com três quilômetros, depois cinco e fui aumentando” lembrou Ricardo.

O corredor disse que disputou várias provas, inclusive corridas em montanha, mas atualmente evita terrenos irregulares para não forçar o joelho.
“Corrida em montanha ou na terra eu não faço mais, porque promove movimento intenso de rotação e o ligamento cruzado é responsável por segurar essa rotação. Mas em maratona, correndo para frente, não tem problema. Até em Santiago fiquei meio acanhado, pois tinha ruas de pedra e poderia ter algum problema” – explicou.
Superada a Maratona de Santiago, Ricardo quer mais. Os próximos desafios estão sendo planejados. O personal está começando a preparação para a meia maratona no Rio de Janeiro, dia 30 de agosto, e pretende correr uma ultramaratona de 100 km em duplas, na qual cada atleta corre 50 km. A competição será no segundo semestre, no Mato Grosso.
“Para a meia maratona do Rio, eu estou dando um tempo de descanso antes de voltar a treinar. Tirei uns 10 dias antes de iniciar a preparação. Até o dia da prova vou fazer um treino regenerativo e me recuperar, porque nessas corridas a gente chega ao nosso limite e é onde ocorrem as lesões” – comentou.
Mesmo com os desafios pela frente, o atleta reforça que não compete em busca das primeiras colocações, mas, sim, para superar seus próprios limites.
“Têm competidores com nível de competição, o que não é meu caso. É algo que envolve muito o biótipo de cada um. Eu tento ser melhor a cada dia. Sou amador e faço porque gosto da emoção de cruzar a linha de chegada, colocar a cabeça no travesseiro e pensar que consegui completar a prova” – finalizou.