O presidente da Fundação Cultural, professor Francisco Roberto Rangel e assessores, a convite do empresário rural e agrônomo, Camilo Leles Severino visitou na tarde da última sexta-feira, 24, a Fazenda Retiro Velho, que no passado pertenceu ao um tradicional morador de Ituiutaba, pertencente a uma das famílias mais tradicionais desta cidade, senhor José Marciano, na região do Campo Alegre, a 25 km de Ituiutaba. Os visitantes foram conhecer o acervo histórico e cultural que o empresário rural mantém naquele sítio.
Logo na chegada os visitantes foram recepcionados pelos proprietários, agrônomo Camilo Leles e dona Maria Tereza, que de forma muito gentil desejou aos visitantes, boas vindas.
A sede da fazenda muito imponente, construída em estilo colonial, chamou a atenção dos visitantes pela forma que foi construída, mas, sobretudo, pela preservação que tem recebido dos atuais proprietários. Casa grande, com várias janelas todas seguindo uma marca, das construções do século passado, bem grandes, registro de uma época florida, dos tempos coloniais. Na frente da sede da fazenda, o senhor Camilo e esposa, construíram um jardim criando um ar agradável logo na chegada da fazenda, para os visitantes.
Os móveis da casa, alguns adquiridos em outras cidades, trazem uma linhagem especial, são objetos muito antigos que datam, alguns, as décadas de 30, 40, 50, do século passado, móveis esses muito bem trabalhados e feitos em madeira de lei. Segundo o empresário, duas camas existentes que tem em seu acervo particular, eram conhecidas como cama de viúvo. Um pouco mais larga que as camas de solteiro. Muitos objetos e artefatos que foram usados por nossos antepassados e os ajudou a criar suas famílias e contribuir para a economia e desenvolvimento do município fazem parte desta coleção da família Leles. Lá encontram também dentre inúmeros objetos, uma palmatória que era usada antigamente para punir os alunos indisciplinados e aqueles que não faziam suas tarefas, bem diferente dos tempos atuais, se isso acontecer hoje, o professor ou o diretor, podem até ser presos e processados, por lesão corporal e danos morais. Antigamente isso era normal.
Do corpo da casa os visitantes desceram para a varanda onde encontraram também inúmeras peças que enriquece a coleção da família Leles. Uma mesa cofre feita de uma madeira muito consistente, muito pesada que servia antigamente para guardar os principais valores da família, jóias, dinheiro, ouro, prata, ou qualquer objeto valioso. Mesa esta, que precisa várias pessoas para carregá-la.
Já que estão falando da varanda onde existe energia elétrica, os visitantes viram também lampiões a gás, pilão, ferro a brasa, torrador de café, moinho de moer café, peneira, roda de fiar, logo abaixo, do lado de fora da varanda passa um rego d’água que vai desaguar num monjolo em pleno funcionamento. Existe ainda dentro da varanda duas grandes mesas feitas de madeira de lei, que o empresário e sua família usam para as principais refeições e foi numa dessas mesas que foi servido aos visitantes um gostoso lanche, com pão de queiro, broa de fubá, biscoito, pão, leite, café, dentre outros.
As surpresas para os visitantes não pararam com o lanche servido, em seguida foram levados ao alambique onde anteriormente era fabricada, uma das aguardentes mais famosas dessa região do Brasil central, a pinga Zé Marciano, que continua sendo fabricada, acompanhando a mesma tradição, as mesmas normas e qualidade, mais hoje conhecida com a marca registrada de pinga Retiro Velho, famosa em toda região. Existem alguns milhares de litros que estão sendo curtidos em tonéis, de carvalho e bálsamo e segundo o senhor Camilo, milhares de litro tem mais de vinte anos. Aguardente tipo exportação, de um alto teor de qualidade e pureza, pinga engenheira feita artesanalmente. Para os apreciadores, melhor do que uísque.
Além de todas essas novidades cultivadas pelo empresário rural, Camilo, foi observado pelos visitantes que ele cultiva também a religiosidade, é espírita por convicção, mantendo um centro espírita em sua propriedade, onde participa mais de duzentas pessoas, porém, respeita a crença dos seus assessores diretos, pois edificou próximo, a sede da fazenda, uma Capetinha, em louvor a São João, onde as famílias católicas podem cultivar sua religiosidade. Podendo inclusive, no mês de junho, quando da comemoração dos festejos alusivos ao Santo, celebrar essa data com novena, terço, fogueira, comidas típicas e ergmento da bandeira de São João, reunindo todas as famílias católicas da localidade, numa grande festa.
Próximo a essa capelinha, existe um engenho de tração animal, onde são moídas as canas para fabricação da famosa pinga “Retiro Velho”, rapadura e açúcar, iguarias da empresa. Pode-se notar também que a propriedade exerce a atividade pecuária, de leite e carne, criação e engorda de suínos, caprinos, ovinos e aves.
Segundo o senhor Camilo tudo o que feito em sua propriedade, é produzido com muita dedicação e prazer, pois o que feito lá, atende ao prazer de fazer, de cultivar, de ter, e poder oferecer as pessoas o fruto dessa produção.
Para o presidente da Fundação Cultural, professor e advogado, Francisco Roberto Rangel é muito gratificante poder constatar que existe pessoas preocupadas em preservar o Patrimônio Histórico e Cultural dentro do Município, como é o caso do empresário rural, amigo Camilo Leles, que mostrou algumas raridades, que inclusive, não tem ainda, nem no MUSAI e nem na Galeria de Antiguidades da Fundação. Mostrou também outro aspecto, o potencial econômico, o quanto pode ser explorado nas propriedades rurais do município, através do turismo rural, pois de acordo com ele, além desta propriedade que é um exemplo de preservação e produção, com várias atividades, existem outras, que também apresentam uma infinidade de atividades e iguarias, que podem ser exploradas, na área do turismo rural, gerando divisas, empregos e desenvolvimento, para os proprietários e para o município de Ituiutaba, disse o presidente Rangel.
“Esse tipo de preservação e empreendimento ajuda o município de Ituiutaba, a aumentar seu acervo cultural e consequentemente, após catalogação e registro, nós ajudar a aumentar o ICMS Cultural do Município”, disse ainda o diretor da FCI.
Além do presidente da Fundação, professor Roberto Rangel, fez parte da caravana, o advogado Marcelo Rangel, o assessor de imprensa da entidade Hairton Dias, o historiador Luciano Barbosa e técnico em serviços gerais, Carlos Alberto Freitas.
Saiba mais sobre Ituiutaba. Acesse: www.portalituiutaba.com.br
Presidente da Fundação Cultural de Ituiutaba visita Fazenda Retiro Velho que preserva as marcas do passado
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