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Economia brasileira cresce 2,5% no primeiro trimestre de 2024

Indústria e serviços impulsionam crescimento enquanto agropecuária sofre queda; PIB atinge R$ 2,7 trilhões, segundo IBGE

Matheus Carvalho
Economia, Moeda Real,Dinheiro, Calculadora

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A economia brasileira registrou um crescimento de 2,5% no primeiro trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período do ano anterior, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (4). Em relação ao último trimestre de 2023, o Produto Interno Bruto (PIB) apresentou uma alta de 0,8%, atingindo R$ 2,7 trilhões em valores correntes.

No acumulado dos últimos 12 meses, o crescimento da economia também foi de 2,5%. No recorte setorial, a indústria e os serviços cresceram 2,8% e 3%, respectivamente, na comparação anual. A agropecuária, no entanto, foi o único setor que registrou queda, de 3%.

Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, explicou que a queda na agropecuária deve-se principalmente às condições climáticas adversas, como o fenômeno El Niño. “Já se sabia que não seria um ano bom para a agropecuária. A pecuária está crescendo, mas a agricultura pesa mais no PIB”, destacou Palis.

O crescimento industrial foi impulsionado pelas indústrias extrativas, que registraram uma alta de 5,9%, influenciadas pela extração de petróleo, gás e minério de ferro. Também se destacaram as atividades de eletricidade e gás, água, esgoto e gestão de resíduos, que cresceram 4,6%, especialmente devido ao consumo residencial.

Por outro lado, a queda na agropecuária é atribuída à redução nas safras de produtos como soja (-2,4%), milho (-11,7%), fumo (-9,6%) e mandioca (-2,2%).

O consumo das famílias aumentou 4,4%, e as despesas do governo subiram 2,6% em relação ao primeiro trimestre de 2023. A Formação Bruta de Capital Fixo, indicador de investimento na economia, avançou 2,7%. As exportações cresceram 6,5%, enquanto as importações aumentaram 10,2%.

“Em 2022 e 2023, o setor externo contribuiu positivamente com as exportações crescendo mais do que as importações. Nesse primeiro trimestre, essa contribuição virou negativa devido à valorização do Real e ao aumento das importações de máquinas, equipamentos e bens intermediários”, explicou Palis.

A taxa de investimento no primeiro trimestre de 2024 foi de 16,9% do PIB, uma queda em comparação aos 17,1% do mesmo período de 2023.

Na comparação trimestral, o aumento de 0,8% no PIB representa uma recuperação após o recuo de 0,1% no final de 2023. Esse resultado é o maior desde o segundo trimestre de 2023, quando a economia cresceu 0,9%. O setor de serviços foi o principal motor dessa variação positiva, com uma alta de 1,4%, destacando-se o comércio varejista, serviços pessoais e profissionais, internet e desenvolvimento de sistemas.

“Neste trimestre, tivemos um crescimento econômico totalmente baseado na demanda interna”, ressaltou Palis. Ela apontou que a melhora no consumo das famílias foi impulsionada pela recuperação do mercado de trabalho, além de taxas de juros e inflação mais baixas e programas governamentais de auxílio.

Com o aumento do consumo das famílias, a taxa de poupança caiu para 16,2%, comparada aos 17,5% no mesmo trimestre de 2023.

O PIB acumulado nos quatro trimestres encerrados em março de 2024 cresceu 2,5% em relação ao mesmo período de 2023, com altas na agropecuária (6,4%), na indústria (1,9%) e nos serviços (2,3%).

Os dados divulgados nesta terça-feira ainda não refletem os efeitos da tragédia climática causada pelas chuvas de abril e maio no Rio Grande do Sul. “Isso só vai aparecer nas pesquisas mensais referentes a esse período”, disse Palis, acrescentando que o estado representa cerca de 6,5% do PIB nacional e que os municípios afetados respondem por aproximadamente metade desse valor. “Vamos precisar analisar melhor quando tivermos os dados, mas sabemos que a pecuária, estradas e comércio foram afetados”, concluiu.

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