Uma pesquisa recente da Nexus revela que 86% dos brasileiros apoiam algum tipo de restrição ao uso de celulares nas escolas. Entre os entrevistados, 54% defendem a proibição total dos aparelhos no ambiente escolar, enquanto outros 32% acreditam que o celular deve ser permitido apenas para atividades pedagógicas e didáticas, desde que autorizadas.
Divisão de opinião
Apenas 14% da população é contra qualquer tipo de restrição ao uso de celulares nas escolas, de acordo com o estudo. Entre os jovens de 16 a 24 anos, 89% apoiam algum nível de controle, mas somente 11% concordam com uma proibição total. Essa diferença de opiniões indica uma divisão significativa dentro dessa faixa etária.
Além disso, 32% das pessoas com mais de 60 anos preferem uma proibição parcial. No grupo de 25 a 40 anos, a maioria, ou seja, 58%, apoia a proibição completa, enquanto 31% preferem apenas uma restrição parcial. Por outro lado, entre os de 41 a 59 anos, 27% defendem a proibição total.
Apoio à proibição
O estudo da Nexus também mostra que a renda familiar influencia bastante as opiniões sobre o tema. De modo geral, pessoas com maior renda tendem a apoiar a proibição completa. No grupo que ganha acima de cinco salários mínimos, 67% são favoráveis à proibição total dos celulares nas escolas.
Discussões e Projeto de Lei no MEC
Enquanto isso, o Ministério da Educação (MEC) discute medidas para reduzir os impactos do excesso de telas na infância e adolescência, considerando, inclusive, a possibilidade de banir o uso de celulares por alunos durante o período escolar.
No dia 30 de outubro, a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 104/2015, que propõe a proibição de celulares em todas as áreas escolares, incluindo os intervalos, para alunos da educação básica, fundamental e média, tanto em escolas públicas quanto privadas. Para estudantes de até 10 anos, o uso será restrito. Já para alunos com 11 anos ou mais, o uso de celulares será permitido apenas em atividades pedagógicas, mediante autorização dos professores. Além disso, a lei inclui exceções para estudantes que utilizam dispositivos como recurso de acessibilidade.
Em Minas Gerais, uma lei estadual já proíbe o uso de celulares em sala de aula desde 2018, exceto para atividades pedagógicas.