O mineiro Luiz Fernando Costa, natural de Carmo do Paranaíba, relatou em uma entrevista ao Uol os momentos de terror que viveu durante o voo que trouxe 88 deportados dos EUA ao Brasil, no último fim de semana. Previsto inicialmente para chegar no sábado, o avião precisou pousar em Manaus por problemas no ar-condicionado.
Segundo Luiz Fernando, os passageiros passaram mal devido ao calor dentro da aeronave. Isso acirrou os ânimos entre deportados e agentes americanas que acompanhavam o grupo. O mineiro ainda acusa um dos agentes de tentar enforcá-lo quando o avião já havia pousado em Manaus.
De acordo com o deportado, ele tentou se aproximar de uma janela para pedir ajuda à Polícia Federal. Foi neste momento que um dos agentes teria agredido-o: “A gente estava tentando gritar para os agentes da Polícia Federal de fora do avião, para que pudessem nos salvar”, contou.
O mineiro ainda conta que passou mais de 18 horas acorrentado e algemado durante todo o voo. Ao ver a Polícia Federal entrar no avião, teve sensação de alívio: “Salvaram nossas vidas”, disse Luiz Fernando, emocionado ao relembrar o momento que ele julga ser um dos piores de sua vida.
Deportado pela segunda vez
Luiz Fernando já tem histórico de deportação dos EUA. Em 2006, ele tentou entrar ilegalmente no país, mas foi detido e passou 30 dias preso. Naquela ocasião, retornou ao Brasil em um voo comercial, sem algemas.
Mas o mineiro, que é montador de móveis, não desistiu do sonho americano e, em 2023, tentou mais uma vez morar nos Estado Unidos. Entrou no país por Chicago, no estado de Illinois e uma das maiores cidades dos EUA. Segundo ele, assim que entrou em território americano, pediu asilo.
Mas, em 19 de dezembro de 2024, ele foi preso enquanto comprava um lanche. “Estavam me seguindo, acho que sabiam onde eu morava. Mas eu tinha advogada e ela tinha me falado que o meu caso estava em andamento, que daria tudo certo. Mas não foi o que aconteceu”, disse ao Uol.
Luiz Fernando ainda conta que não conseguiu trazer seus pertences, e que tudo que possuía ficou para trás quando foi preso. Além disso, todo o dinheiro que conseguiu juntar, teve que gastar com o processo. “Gastei tudo com advogada, vou voltar a trabalhar no Brasil, ainda não sei com o quê.”
*Com informações do portal Uol.