A conta de luz dos mineiros vai pesar mais no bolso. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, nesta terça-feira (20), um reajuste médio de 7,36% nas tarifas da Cemig Distribuição, que passa a valer no dia 28 de maio de 2025.
Para os consumidores residenciais comuns, o aumento será integral. Já os cerca de 1,5 milhão de beneficiários da Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE) terão reajuste menor, de 2,02%, devido à isenção de encargos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
O que motivou o aumento?
Segundo a Aneel, o principal fator para o reajuste foi o aumento dos encargos setoriais, que responderam por 4,63 pontos percentuais do total. Esses encargos são usados para financiar políticas públicas no setor elétrico, como a tarifa social, subsídios às fontes renováveis e a expansão do serviço em áreas remotas.
Para onde vai o valor da sua conta?
De acordo com a Cemig, apenas 26% do valor pago pelos consumidores permanece com a distribuidora. O restante é distribuído da seguinte forma:
- 25%: compra de energia elétrica
- 21%: impostos federais e estaduais
- 18%: encargos setoriais
- 9%: encargos de transmissão
- 1%: perdas e inadimplência
Quando o consumidor vai sentir o impacto?
A nova tarifa será aplicada integralmente nas contas com vencimento a partir de julho, referentes ao consumo de junho. As faturas de maio terão cobrança proporcional, com parte calculada pela tarifa antiga e parte pela nova.
Reação política
Os deputados Weliton Prado e Elismar Prado criticaram duramente o aumento, classificando-o como “imoral, abusivo e ilegal”. Em nota conjunta, eles questionam a necessidade do reajuste diante dos altos lucros da Cemig e da precariedade do serviço prestado em diversas regiões do estado.
Investimentos da Cemig
A Cemig, por sua vez, informou que investiu R$ 4,5 bilhões em 2024 para ampliar e melhorar sua rede. Foram construídos mais de 1.000 km de linhas de alta tensão, 9.000 km de redes de média tensão e entregues 30 novas subestações. Para 2025, a previsão é de R$ 6,3 bilhões em novos investimentos.
A empresa também destacou a melhoria na qualidade do fornecimento: o tempo médio de interrupção (DEC) caiu 2,5 horas em relação ao ano anterior, com redução de 14% no número de falhas e de 13% no tempo de restabelecimento.