A deputada Duda Salabert (PDT-MG) denunciou que o governo dos Estados Unidos alterou seu gênero para masculino em seu visto. A situação é semelhante à enfrentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP). Ambas as parlamentares planejavam viagens aos EUA para eventos acadêmicos. O caso gerou indignação e acusações de transfobia.
Duda Salabert relatou que a alteração ocorreu durante o processo de renovação do visto para um curso em parceria com a Universidade de Harvard. “Para minha surpresa e revolta, fui informada de que meu novo visto viria com a marcação de gênero como MASCULINO,” afirmou a deputada. Ela ainda acrescentou que a justificativa dada foi de que sua identidade de gênero é de conhecimento público no Brasil.
A deputada informou que pretende ingressar com ação judicial contra a decisão dos EUA. Ela também avalia medidas contra a embaixada americana no Brasil. “Essa situação é mais do que transfobia: é um desrespeito à soberania do Brasil e aos direitos humanos mais básicos,” declarou Salabert.
Solidariedade e contexto político
Erika Hilton, que também teve seu gênero alterado em visto para palestras em Harvard e no MIT, recebeu solidariedade de Salabert. “Entramos juntas no Congresso Nacional e dividimos diversas trincheiras na luta contra a transfobia,” disse Salabert. A situação gerou debates sobre direitos LGBTQIA+ e relações diplomáticas.
Natural de Belo Horizonte, Duda Salabert Rosa é a primeira trans eleita do Congresso Nacional. Duda foi a mais votada de Minas, com 208.332 votos.
Vereadora, também chegou à Câmara de Belo Horizonte com votação expressiva, sendo a mais votada de Belo Horizonte em 2020. Duda é professora de literatura, ambientalista e ativista com formação em Gestão pública pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). É idealizadora e presidenta da ONG Transvest, que oferece cursos educacionais a pessoas transgênero e travestis.