Influenciadores de Araguari são alvos da 2ª fase da Operação Camarilha, que apura fraudes com rifas e apostas ilegais

As apurações revelam que o grupo atuava por meio da venda de rifas disfarçadas de títulos de capitalização filantrópicos, sem fins sociais legítimos.

Tainá Camila
O caso também está sendo analisado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets no Senado Federal

O Ministério Público de Minas Gerais, em conjunto com a Polícia Civil, deflagrou nesta sexta-feira (13) a segunda fase da Operação Camarilha, que investiga uma organização criminosa com atuação nacional, suspeita de envolvimento em jogos de azar, lavagem de dinheiro, estelionato e crimes contra a economia popular.

A base do esquema estaria em Araguari, no Triângulo Mineiro, e se expandia por cidades como Brasília, Praia Grande, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

As apurações revelam que o grupo atuava por meio da venda de rifas disfarçadas de títulos de capitalização filantrópicos, sem fins sociais legítimos.

A estratégia era respaldada por uma empresa do Rio Grande do Sul, que obteve autorização da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) para comercializar esses títulos.

Contudo, essa autorização estava atrelada à atuação de empresas intermediárias e à suposta participação de entidades beneficentes — que, segundo as investigações, recebiam apenas uma pequena fração dos valores arrecadados.

De acordo com o Ministério Público, a entidade filantrópica FNAP, com sede em Brasília, ficava com apenas 5% da quantia arrecadada. Os outros 95% eram desviados para influenciadores digitais e empresas envolvidas no esquema.

Os repasses teriam ocorrido entre setembro de 2023 e abril de 2025, com movimentações financeiras que ultrapassaram R$ 15 milhões.

Entre os investigados estão um advogado de Araguari apontado como líder da organização, um contador de Brasília, empresários de diferentes estados e influenciadores digitais da cidade mineira. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados oficialmente.

Nesta etapa da operação, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão e houve a apreensão de dez veículos. A força-tarefa contou com a participação de promotores de Justiça, delegados, investigadores e escrivães.

O caso também está sendo analisado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets no Senado Federal, que investiga irregularidades envolvendo apostas esportivas e plataformas digitais no país. As investigações seguem em andamento.

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