A CPI da Saúde em Uberlândia atingiu nesta quarta-feira (8) o número mínimo de nove assinaturas exigido para ser instaurada pela Câmara Municipal. O requerimento, que apura o suposto desvio de R$ 6,5 milhões na Secretaria de Saúde, agora aguarda apenas a leitura em plenário para oficializar a abertura da comissão — etapa que só deixará de ocorrer caso algum vereador retire sua assinatura antes da sessão.
Assinaram o documento os vereadores Professor Conrado Augusto (MDB), Fabão (PV), Amanda Gondim (PSB), Professor Ronaldo (PT), Adriano Zago (Avante), Dr. Igino (PT), Abatenio Marquez (PP), Sérvio Túlio (PSDB) e Janaína Guimarães (PL).
Contexto e bastidores
A CPI foi proposta por Professor Conrado Augusto (MDB) e teve o texto do objeto atualizado nesta semana para incluir prazos de investigação e ampliar o alcance da apuração sobre contratos com Organizações Sociais (OSs) e laboratórios ligados à Secretaria de Saúde. A mudança foi decisiva para garantir novas adesões, incluindo a do líder do Blocão governista, Sérvio Túlio (PSDB).
A última assinatura, que garantiu a abertura da CPI da Saúde, foi da vereadora Janaína Guimarães (PL). Em publicação nas redes sociais, ela afirmou que sua adesão completou o número necessário para a instauração da comissão. “É hora de apurar com seriedade tudo o que vem acontecendo na área da saúde do nosso município. A população merece transparência, respeito e atendimento digno”, declarou a parlamentar, destacando que pretende acompanhar de perto cada passo da investigação.
O movimento também chama atenção pelo perfil de alguns signatários. O vereador Abatenio Marquez (PP), que integra o mesmo partido do prefeito Paulo Sérgio, figura entre os apoiadores da CPI — um gesto interpretado como sinal de distanciamento político dentro da própria legenda. Já o autor da proposta, Professor Conrado Augusto (MDB), pertence ao partido atualmente dirigido em Uberlândia por Renato Rezende, secretário de Governo e um dos principais articuladores da gestão. A composição reforça o caráter heterogêneo da comissão, que reúne nomes tanto da base quanto de alas mais independentes da Câmara.
O requerimento prevê a investigação do suposto desvio milionário no programa Tratamento Fora de Domicílio (TFD) e também a eventual relação do esquema com contratos de organizações sociais em saúde. O caso foi revelado pela própria administração municipal e é apurado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

Expectativa política
Com a CPI prestes a ser instaurada, cresce a tensão entre a base aliada e a oposição. O governo municipal tenta conter o desgaste, enquanto parte dos vereadores busca demonstrar independência política diante da repercussão do caso. Se todas as assinaturas forem mantidas, a leitura do requerimento em plenário deve ocorrer na próxima sessão ordinária, oficializando a abertura da comissão.
📍 Conteúdo faz parte da Coluna Poder, assinada por Adelino Júnior, que acompanha os bastidores da política no Triângulo Mineiro.
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