O deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL) afirmou que o Partido Liberal lançará dois candidatos ao Senado em Minas Gerais nas eleições de 2026. A declaração foi dada em entrevista exclusiva ao Regionalzão após visita ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar em Brasília.
Caporezzo contou que recebeu de Bolsonaro o aval direto e uma “missão política” para representar o bolsonarismo mineiro na disputa. “Ele falou que serão duas vagas para o Senado em Minas Gerais e que uma certamente será minha. Recebo essa missão com senso de responsabilidade e fé em Deus”, afirmou o parlamentar.
A visita de Caporezzo foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes e ocorreu no dia 23 de outubro, com a presença de Carlos e Renan Bolsonaro. Segundo o deputado, o apoio de Eduardo Bolsonaro, que está no exterior, também foi reafirmado. “Carlos será senador por Santa Catarina, Renan será deputado federal e Eduardo já declarou várias vezes que eu sou o nome dele para o Senado em Minas. Tenho apenas a agradecer essa família de patriotas e a confiança do meu líder”, disse.

Bolsonarismo dividido
A declaração de Caporezzo veio dias após o deputado federal Domingos Sávio (PL) ser anunciado como o nome oficial da sigla, também com o apoio de Bolsonaro. O gesto reabriu o debate sobre a falta de unidade interna. Segundo apuração do Correio Braziliense, o partido vive uma disputa de bastidores que envolve ainda Eros Biondini, Zé Vitor, Maurício do Vôlei, Vile dos Santos e o comunicador Marco Antônio “Superman”, apoiado por Nikolas Ferreira.
Caporezzo em ascensão
O deputado mineiro se firmou como uma das principais apostas do bolsonarismo em Minas, acumulando gestos públicos de apoio da família Bolsonaro. Em setembro, Eduardo Bolsonaro fez um aceno público a Caporezzo, e, pouco antes, o próprio Bolsonaro o chamou de “senador” em um evento. Agora, o apoio se concretiza em forma de “missão política” para 2026.
Como mostrou a Coluna Poder, Caporezzo tem embaralhado o cenário da direita mineira e ampliado sua projeção nacional, ao mesmo tempo em que disputa espaço dentro do próprio PL. Sua candidatura deve fortalecer a presença do Triângulo Mineiro nas articulações de 2026.
Aro, Zema e Maurício do Vôlei
Enquanto o bolsonarismo se multiplica, quem observa de perto — e com otimismo — é o secretário de Governo de Minas, Marcelo Aro (PP), pré-candidato com apoio do grupo do governador Romeu Zema (Novo). A fragmentação da direita pode favorecer Aro, que se coloca como alternativa moderada e tem construído uma base sólida entre prefeitos e lideranças regionais.
Analistas enxergam um risco evidente: em uma eleição sem segundo turno como é a do Senado, cada voto perdido faz diferença. A estratégia do PL de colocar dois nomes no jogo pode abrir espaço para adversários de perfil mais moderado, como Marcelo Aro (PP) e a entrada de Aécio Neves (PSDB) que só acirra um tabuleiro já congestionado. No fim, o campo conservador pode acabar lutando contra si próprio.
O ex-jogador Maurício do Vôlei também visitou Bolsonaro recentemente e afirmou ter recebido sinal verde para disputar o Senado por Minas Gerais. A declaração acirrou ainda mais a disputa dentro do campo bolsonarista. Nos bastidores, aliados do PL tratam o episódio como um ruído político.
Conteúdo faz parte da Coluna Poder, assinada por Adelino Júnior, que acompanha os bastidores da política no Triângulo Mineiro.
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