Enquanto o vice-prefeito de Uberlândia, Vanderlei Pelizer, enfrenta momentos de tensão em Israel, protegido em um bunker por conta da escalada militar na região, o cenário político na cidade também esquentou. Nesta terça-feira (17), o vereador Dr. Igino (PT) protocolou na Câmara Municipal uma denúncia pedindo a cassação do mandato de Pelizer.
O pedido tem como base suposta infração político-administrativa, com fundamentação na Lei Orgânica do Município e no Decreto-Lei 201/1967, que trata dos crimes de responsabilidade de prefeitos e vice-prefeitos.
Confronto de narrativas
A coincidência de datas não passou despercebida entre os bastidores políticos. O protocolo aconteceu apenas dois dias após a publicação da nota oficial do prefeito Paulo Sérgio, feita no sábado (15), na qual o chefe do Executivo declarou apoio público ao vice-prefeito e cobrou do governo federal uma ação para garantir a retirada segura da delegação brasileira de Israel.
O movimento do vereador, que representa a ala mais tradicional da esquerda em Uberlândia, foi interpretado por aliados de Pelizer como um claro confronto político-ideológico, em um momento em que o vice – conhecido por sua postura bolsonarista – vive um dos episódios mais delicados de sua trajetória pública.
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Tramitação na Câmara
Com a denúncia protocolada, a expectativa agora é pela análise da Mesa Diretora da Câmara, que deve avaliar a admissibilidade do pedido nos próximos dias.
Até o momento, Vanderlei Pelizer não se manifestou sobre a denúncia. De Israel, ele segue em contato com a Prefeitura e relatando as condições de segurança da missão.
Linha sucessória: um detalhe que não passou despercebido
Outro fator que movimentou os bastidores nos últimos dias foi a situação da linha sucessória no comando da cidade. Além de Pelizer estar fora do país, o próprio prefeito Paulo Sérgio também está em viagem internacional. Ele cumpre agenda oficial no Japão e só deve retornar na próxima semana.
Naturalmente, o próximo na linha de comando seria o presidente da Câmara Municipal, o vereador Zezinho Mendonça (PP). No entanto, a Prefeitura informou ao Regionalzão que não há necessidade de um substituto imediato, e que as atribuições administrativas seguem sendo conduzidas normalmente pelos secretários municipais.
O detalhe da sucessão foi inicialmente levantado pelo jornalista Danilo Caixeta, do Paranaíba Mais, e gerou conversas nos bastidores políticos da cidade.
Câmara se posiciona sobre ausência do prefeito
Em meio às discussões sobre a linha sucessória, a Câmara Municipal de Uberlândia divulgou uma nota oficial à imprensa nesta terça-feira (17). No comunicado, o Legislativo afirma que não irá se manifestar sobre a ausência do prefeito Paulo Sérgio, justificando que a situação está amparada pela legislação vigente.
Segundo a Lei Orgânica do Município, o chefe do Executivo só precisa solicitar licença à Câmara em caso de ausência por período igual ou superior a 15 dias.
Conteúdo faz parte da Coluna Poder, assinada por Adelino Júnior, que acompanha os bastidores da política no Triângulo Mineiro.
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