Minas Gerais registrou o segundo maior número de empresas encerradas no país no primeiro quadrimestre de 2025. Foram 112.896 negócios extintos, segundo o relatório Mapa de Empresas, do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Memp).
O volume representa alta de 18,3% em relação ao mesmo período de 2024. Na comparação com o terceiro quadrimestre do ano passado, o aumento foi de 37,5%.
Apesar do avanço no número de fechamentos, o estado registrou saldo positivo no período: empreendedores abriram 197.196 novos negócios, o que resultou em 84.300 empreendimentos a mais, já considerando os registros de microempreendedores individuais (MEIs).
O total de empresas ativas em Minas chegou a 2.488.938. No mesmo período de 2024, empresas mineiras abriram 153.538 novos negócios, número que cresceu 28,4% em 2025.
No ranking nacional de encerramentos, São Paulo lidera ao fechar 269.949 empresas, aumento de 10% frente ao primeiro quadrimestre de 2024 e alta de 23% em relação ao último quadrimestre do ano passado.
O saldo mineiro também cresceu no comparativo anual: no primeiro quadrimestre de 2024, o estado registrou superávit de 59.022 empresas, 42,8% abaixo do número atual.
País tem queda nos fechamentos e abertura recorde
Em todo o país, 1.815.912 empresas foram abertas entre janeiro e abril, alta de 24,4% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. O número de fechamentos caiu 13,4%, somando 973.330 empreendimentos encerrados.
O saldo nacional foi de 842.582 empresas no período. A maioria das unidades da federação apresentou resultado positivo — ou seja, mais aberturas que encerramentos.
Atividade aquecida impulsiona novos negócios
De acordo com o economista Guilherme Almeida, a expansão na abertura de empresas reflete a recuperação da economia. “O desempenho está no campo positivo”, afirma.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), um dos principais termômetros da economia, cresceu 1,3% no primeiro trimestre de 2025 em relação aos três meses anteriores, segundo dados dessazonalizados. Na comparação com o primeiro trimestre de 2024, a alta foi de 3,7%.
Entre os setores que sustentam a tendência estão o varejo, os serviços e a indústria, com desempenho positivo no acumulado de 12 meses.
Juros e mercado de trabalho ainda afetam empreendedorismo
Apesar do cenário favorável, Almeida alerta para riscos no ambiente de negócios, como os juros elevados, que dificultam o acesso a crédito. “Captar recursos com instituições financeiras está cada vez mais caro. A taxa de juros elevada inviabiliza os negócios”, diz.
Ele também aponta a influência do mercado de trabalho. Segundo o economista, quando há melhora na oferta de emprego formal, muitos empreendedores por necessidade retornam ao mercado assalariado, o que pode levar à redução no número de micro e pequenos negócios.