
A personal trainer Tatiane Santana, 29, moradora de Uberlândia, voltava de uma viagem em que havia sido pedida em casamento quando sofreu um acidente de carro que mudou completamente sua vida. A batida, causada por uma ultrapassagem indevida, resultou em uma lesão medular que a deixou sem os movimentos das pernas. Além disso, ela teve pertences furtados, incluindo o anel de noivado, símbolo do momento mais marcante da viagem.
Tatiane e o então namorado haviam saído de Uberlândia no dia 24 de outubro para uma viagem de nove dias pelo interior do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. O casal visitou cidades turísticas como Cabo Frio, Arraial do Cabo, Búzios, Petrópolis e Ouro Preto. No último dia, durante o retorno para casa, Tatiane foi pedida em casamento.
“Estava sendo um momento muito especial. A viagem tinha sido perfeita, e o pedido de casamento foi inesquecível”, conta.
No caminho de volta, já próximos de Uberlândia, o carro em que estavam foi atingido por outro veículo que tentou ultrapassar uma moto em local proibido. O impacto fez com que o carro do casal capotasse e caísse em uma ribanceira de mais de seis metros.
“Lembro do carro capotando e parando com as rodas para cima, e só disso. Não perdi a consciência, mas não me recordo do socorro. As próximas lembranças são já do hospital”, relata Tatiane.
O noivo teve ferimentos leves, foi atendido e liberado no dia seguinte. Tatiane, porém, sofreu múltiplas fraturas nas pernas, lacerações no intestino e no pulmão e uma lesão na altura da vértebra T12, próxima à lombar. Ela ficou 39 dias internada, sendo seis na UTI e três em coma.
Durante o resgate, o anel de noivado e o celular de Tatiane, que guardava as fotos do pedido, desapareceram. “Quando os bombeiros chegaram, meus pertences já não estavam mais na mochila. Fiquei sem chão ao saber que haviam levado justamente o anel e as lembranças daquele dia”, diz.
A notícia da paraplegia veio dias depois. “Soube já no quarto. Foi um choque enorme. Eu era corredora e tinha uma meia maratona marcada para o mês seguinte. Era um sonho correr essa prova”, lembra.
A lesão medular de Tatiane é parcial, o que permite alguma recuperação de movimentos. Ela faz fisioterapia pélvica, neurofuncional e hidroterapia. “Mesmo com pouca esperança dada pelos médicos, nunca deixei de acreditar. Tenho muita fé que vou voltar a andar como antes”, afirma.
Dez meses após o acidente, a uberlandense já consegue andar com o auxílio de um andador. “Acredito que este é só o começo de muitas conquistas que ainda virão. A fé me ajuda a lutar todos os dias”, diz.


