População com ensino superior quase triplica em Minas Gerais entre 2000 e 2022

A educação em Minas Gerais avançou significativamente nas últimas duas décadas. Segundo dados do Censo 2022, a proporção de pessoas com 25 anos ou mais que possuem formação superior completa cresceu de 6,1% em 2000 para 17,8% em 2022. No Brasil, esse percentual passou de 6,8% para 18,4% no mesmo período.

A pesquisa do IBGE também aponta que o percentual de mineiros sem instrução ou com ensino fundamental incompleto caiu de 67,6% para 38,1% ao longo desses 22 anos. Além disso, a média de anos de estudo da população do estado, considerando aqueles com 11 anos ou mais, alcançou 9,4 anos, colocando Minas Gerais na 11ª posição no ranking nacional.

As diferenças entre os sexos também são evidentes: enquanto os homens mineiros tinham, em média, 9,1 anos de estudo em 2022, as mulheres registraram 9,7 anos. O pico da escolaridade ocorre entre os jovens de 25 a 29 anos, com uma média de 11,9 anos de estudo, enquanto a menor média foi encontrada entre aqueles com 65 anos ou mais (6,0 anos).

Frequência escolar cresce, mas metas ainda não são atingidas

Outro dado relevante do Censo 2022 é o aumento da frequência escolar em Minas Gerais em todas as faixas etárias até os 17 anos. Apesar disso, o estado ainda não atingiu as metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação (PNE), que prevê uma inclusão mais ampla e acessível na educação básica.

Desigualdade racial persiste no ensino superior

Os dados também evidenciam a desigualdade racial em determinadas profissões de nível superior. Apenas 2,6% dos médicos residentes em Minas Gerais se declararam pretos no Censo 2022. Além da Medicina, cursos como Odontologia, Medicina Veterinária e Economia apresentaram as menores proporções de profissionais autodeclarados pretos, enquanto mais de 75% dos graduados nessas áreas se identificaram como brancos.

Por outro lado, cursos como Serviço Social, Religião e Teologia, Enfermagem e formação para professores sem áreas específicas registraram as maiores proporções de profissionais pretos. Esses dados refletem desigualdades históricas no acesso ao ensino superior e à mobilidade social por meio da educação.