Projeção indica que Uberaba e região só devem perder população após 2047

A população de Minas deve alcançar o pico de 21,9 milhões de habitantes em 2037. A partir de então, deve iniciar um processo de declínio que culminará em 2047 com cerca de 21,7 milhões de pessoas. Os dados constam da nova projeção populacional da Fundação João Pinheiro (FJP), baseada no Censo 2022 do IBGE.

Projeção para Uberaba e região

O levantamento, que detalha a evolução demográfica dos 853 municípios e das 13 Regiões Geográficas Intermediárias (RGInts) do estado, aponta que a RGInt de Uberaba deve seguir crescendo até o final do período analisado. Composta por 21 municípios, incluindo Araxá, Frutal, Iturama e Conceição das Alagoas, a região deve alcançar aproximadamente 860 mil habitantes até 2047.

A área ocupada por essa região chega a 36.915,2 km², o equivalente a 6,29% do território mineiro. Uberaba desponta como um dos principais polos econômicos e de serviços, influenciando diretamente as cidades do entorno.

Queda populacional

Segundo a FJP, o início da queda populacional nas regiões do estado se dará de forma escalonada. Barbacena, Juiz de Fora e Pouso Alegre devem começar a encolher já entre 2032 e 2037. Em Uberaba, no entanto, a redução só deve ser sentida no final da série, a partir de 2047. No mesmo período projetado para Uberlândia, Teófilo Otoni e Patos de Minas.

A exceção à tendência de desaceleração é a RGInt de Montes Claros, no norte mineiro. Ela deverá continuar crescendo ao longo das duas próximas décadas, impulsionada por uma base populacional jovem e pelas dinâmicas migratórias da região.

A publicação “Projeções Populacionais: Minas Gerais e Regiões Geográficas Intermediárias 2027-2047” também lançou um painel interativo com os dados detalhados. Segundo os técnicos da FJP, o objetivo é fornecer insumos para o planejamento de políticas públicas para diversas áreas. São exemplos saúde, habitação, educação e saneamento, entre outras.

“Com a mudança no perfil etário e o arrefecimento do crescimento populacional, a elaboração de diagnósticos regionais se torna ainda mais crucial para orientar o desenvolvimento sustentável”, destaca a fundação em nota. Setores estratégicos e as vocações econômicas locais deverão ser mapeados para garantir uma transição equilibrada nas próximas décadas.

No estado como um todo, os municípios que mais crescerão são, em sua maioria, de médio porte e estão situados na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Nove das dez cidades com maior avanço previsto estão nesse território, com destaque para Esmeraldas, Sarzedo e Nova Lima.