Duas estudantes de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, alcançaram um feito notável: foram as únicas brasileiras selecionadas para o projeto internacional ‘The Blue Marble’. Essa iniciativa inovadora permite que crianças de diversos países façam perguntas a astronautas após suas missões espaciais. Alícia Greco Ribeiro Saraiva, de 9 anos, e Laura Silva Aquino, de 10, alunas de uma escola particular da cidade, integraram um grupo global que entrevistou a tripulação da missão Fram2, da Space X.
As jovens mineiras se destacaram entre crianças de países como Alemanha, Austrália, Namíbia, Malta e Reino Unido. Suas perguntas demonstraram grande curiosidade sobre a vida no espaço. Elas questionaram os astronautas sobre a percepção do tempo em órbita e as contribuições das descobertas espaciais para o futuro da humanidade.
Para participar da seleção, Alícia e Laura gravaram vídeos curtos, de apenas 30 segundos, em inglês. Nesses vídeos, elas abordaram temas fascinantes relacionados ao espaço. As perguntas foram exibidas durante a missão Fram2 e serão respondidas pelos astronautas em breve. A expectativa pelo retorno da tripulação é grande entre as estudantes.
Projeto internacional e aprendizado inspirador
O projeto ‘The Blue Marble’ é uma realização da ONG inglesa OOTIBOO, com o apoio do Instituto Ambientes em Rede, ligado à Foundation for Environmental Education, sediada na Dinamarca. Odete Dutra, diretora da escola das alunas, enfatizou a importância de incentivar o protagonismo infantil em iniciativas como essa. “A ideia central é que, mesmo sem estar fisicamente na nave, os alunos sintam que fazem parte ativamente da missão”, explicou.
A missão Fram2, lançada em 31 de março com o foguete Falcon 9 a partir do Centro Espacial Kennedy, na Flórida (EUA), marcou um feito inédito. Após quatro dias dedicados a experimentos científicos em órbita, a cápsula Dragon retornou à Terra em 4 de abril, pousando com segurança na costa de Oceanside, na Califórnia. Essa foi a primeira missão tripulada a orbitar a Terra em uma trajetória polar, sobrevoando as regiões polares do planeta.
Durante sua permanência no espaço, a equipe da Fram2 conduziu estudos importantes nas áreas de saúde humana e sustentabilidade. Entre as pesquisas realizadas, destacam-se o primeiro teste de raio-X no espaço e investigações sobre a regulação da glicose e os efeitos da microgravidade nos músculos e ossos.
A professora de Ciências das alunas, Erica Rossi Santos, elogiou a participação de Alícia e Laura no projeto. Ela ressaltou a relevância da experiência para estimular o pensamento crítico e formar jovens mais questionadores e conscientes. “Esse tipo de vivência proporciona um aprendizado que realmente marca e desenvolve a autonomia intelectual das crianças”, afirmou a educadora.
Enquanto aguardam ansiosamente as respostas dos astronautas, Alícia e Laura continuam a inspirar seus colegas. Elas demonstram que a curiosidade genuína pode romper barreiras, inclusive as que separam nosso planeta do vasto universo.