Os mineiros já desembolsaram mais de R$ 226 bilhões em impostos, taxas e contribuições desde o início de 2025. O levantamento é do Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que acompanha em tempo real o volume de tributos pagos pela população brasileira.
O montante representa cerca de 7% da arrecadação total do país, que já ultrapassa a marca de R$ 3 trilhões. O dado chama atenção não apenas pelo valor, mas também pela antecipação: a cifra foi atingida 26 dias antes do que em 2024, quando o mesmo patamar só havia sido alcançado em 7 de novembro.
Por que os impostos cresceram mais rápido
O crescimento da arrecadação em Minas Gerais acompanha o movimento nacional e tem relação direta com a retomada da atividade econômica, a revisão de alíquotas e o fim de desonerações.
Entre os fatores apontados por especialistas estão:
- Ajustes fiscais recentes em tributos estaduais e federais;
- Alta de preços de bens e serviços, que amplia a base de arrecadação de impostos como ICMS e ISS;
- Valorização das commodities, especialmente do minério de ferro, importante para a economia mineira;
- Reforço na fiscalização e digitalização tributária, com sistemas mais eficientes para evitar sonegação;
- Reversão de incentivos fiscais concedidos em anos anteriores, sobretudo em energia e combustíveis.
Esses elementos combinados têm impulsionado as receitas públicas, mesmo sem um crescimento expressivo do PIB.
Cenário fiscal ainda exige atenção
Apesar do bom desempenho na arrecadação, o avanço dos impostos não tem sido suficiente para equilibrar as contas públicas. De acordo com o Gasto Brasil, ferramenta da ACSP que estima as despesas do governo, os gastos nacionais já ultrapassam R$ 4 trilhões, superando a arrecadação em mais de R$ 1 trilhão.
Em Minas Gerais, a situação é considerada mais controlada, mas economistas alertam para o risco de desequilíbrio fiscal caso o aumento de receitas não seja acompanhado de políticas de contenção de despesas.
A economista Diana Chaib, da UFMG, destaca que o crescimento da arrecadação pode ser positivo a curto prazo, mas não resolve o problema estrutural das contas públicas. “O país precisa garantir eficiência no gasto, não apenas arrecadar mais. Caso contrário, a dívida tende a crescer e a margem fiscal, a diminuir”, afirma.
Minas segue entre os estados que mais arrecadam
Minas Gerais segue como um dos principais contribuintes da federação, ao lado de São Paulo e Rio de Janeiro. O Estado também se mantém entre os maiores arrecadadores de ICMS e royalties da mineração, o que reforça seu papel estratégico para o equilíbrio das contas públicas brasileiras.
Segundo projeções da ACSP, a tendência é que o Estado encerre 2025 com novo recorde de arrecadação, acompanhando a elevação nacional de tributos.


