Mariana Milena Prado de Sá, aluna do curso de Engenharia Mecatrônica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), detectou, em fevereiro deste ano, um asteroide, até então desconhecido, em parceria com a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa).
Crescida em meio aos corredores e biblioteca da escola onde a mãe é professora de Biologia, Mariana Sá sempre teve interesse pela ciência. “A transição do microscópio para o telescópio demorou bastante. Mesmo que, quando criança, eu ia para a escola e as aulas sobre sistema solar eram as que mais me chamavam a atenção, demorou para eu ter um impulso para começar a divulgar e engajar na ciência”, conta.
Durante o segundo ano do Ensino Médio, ainda em 2020, a aluna foi sorteada para participar do projeto Astrominas, idealizado por mulheres do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG/USP), que tem o objetivo de empoderar meninas e mulheres na ciência. Através do projeto, Mariana Sá teve contato com diversos cientistas e se apaixonou ainda mais pela área da Astronomia.
ASTEROIDE
Foi quando ela conheceu o programa Caça Asteroides, desenvolvido pela Nasa em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O programa é realizado por meio da Colaboração Internacional de Pesquisa Astronômica (IASC/Nasa) e fornece imagens captadas por um telescópio de 1,8 metros localizado no Havaí.
Pessoas de todas as idades e níveis de escolaridade que têm interesse em monitorar asteroides podem participar. Para isso, acontece um treinamento on-line em que especialistas ensinam como usar o software, fazer a programação e analisar os números encontrados.
Através da parceria, Mariana Sá detectou um asteroide até então desconhecido: o futuro Walkiria, nome que ela pretende batizar em homenagem à mãe. Isso porque a classificação e nome dado a um asteroide é demorada e ainda está em processo. “Se tudo der certo, quero nomear esse asteroide com o nome da minha mãe, que é Walkiria, com ‘w’ e ‘k’, bem nome de asteroide mesmo, por ela sempre apoiar meus sonhos”, explica.
Com o feito, a aluna recebeu uma medalha durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), que aconteceu em Brasília (DF), no dia 29 de novembro. Além do reconhecimento, Mariana Sá também já foi medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astrofísica (OBA) e recebeu Moção de Aplausos na Câmara Municipal de Catalão (GO), sua cidade natal.
DIVULGADORA
Além de caçadora de asteroides, a medalhista é também divulgadora científica. Em 2020, por causa da pandemia de Covid-19, ela criou um perfil no Instagram para compartilhar seus resumos escolares e, com a aproximação da Astronomia, começou a divulgar além do assunto, ciência geral e sua rotina na universidade.
Mesmo seguindo pela área da Engenharia Mecatrônica, Mariana Sá pretende continuar estudando Astronomia e procurando asteroides, já que é uma das formas de contribuir com a ciência.


