Confap: Jornalista da UFU conquista o prêmio Profissional de Comunicação

Redação Geral
'A área de comunicação pública e divulgação científica precisa de reconhecimento nas instituições', defende Borges ao receber o prêmioFoto: Kennedy Barros / Divulgação CONFAP

A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) teve dois ganhadores no Prêmio Confap de Ciência, Tecnologia & Inovação – Professor Ennio Candotti (4ª Edição): Diélen Borges, jornalista e pesquisadora, ficou em 1º lugar na categoria “Profissional de Comunicação”; e o professor João Marcos Madurro conquistou o 2º lugar na categoria “Pesquisador(a) Inovador(a) – Inovação para o Setor Empresarial”.

O resultado foi anunciado nesta quinta-feira (3/7) durante a abertura da 68ª edição do Fórum Nacional Confap, evento organizado pelo Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), na cidade de São Paulo. Os agraciados receberam certificado, troféu e premiação financeira.

Diélen Borges atua na Divisão de Divulgação Científica da Diretoria de Comunicação Social (Dirco) e João Marcos Madurro é docente no Instituto de Química (IQ) e integrante do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Teranóstica e Nanobiotecnologia (INCT-TeraNano), sediado na UFU. Eles foram indicados para o prêmio pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig).

O reitor da UFU, Carlos Henrique de Carvalho, destacou que a premiação consolida nacionalmente o trabalho que Borges e Madurro vêm desenvolvendo ao longo dos anos na universidade. “Falar da Diélen é falar de compromisso, sensibilidade e excelência. O prêmio Confap que ela recebe é mais do que merecido, pois é o reconhecimento de uma trajetória construída com seriedade, afeto e um olhar sempre voltado para a divulgação científica. Para nós, na UFU, é motivo de orgulho e alegria acompanhar de perto essa conquista, que também reflete o impacto do seu trabalho na universidade. O Prêmio Confap coroa também o reconhecimento do trabalho que o professor Madurro desenvolve já há alguns anos, promovendo a inovação junto ao setor empresarial”, comenta.

Ao receber o prêmio, Borges destacou o papel da comunicação pública. “Quando a gente está fazendo o trabalho de divulgação científica, a gente pensa muito na instituição, na ciência, no interesse público. Mas hoje eu pensei nos profissionais de comunicação da UFU, de Minas Gerais, do país. É um trabalho árduo, mas a gente fica emocionalmente envolvido, se torna um pouco uma militância, como diz a Léa Medeiros, jornalista que também integra a Rede Mineira de Divulgadores da Ciência. Ao receber esse troféu, eu quero chamar a atenção para como a área de comunicação pública e divulgação científica precisa de reconhecimento nas instituições e precisa de investimento dos governos, porque é uma área de interesse público. Quando a gente faz comunicação pública com qualidade, principalmente a comunicação da ciência, a gente está garantindo a democratização do conhecimento e está combantendo a desinformação”, reflete.

“No caminho para vir receber o prêmio, fiquei pensando em cada equipe, vim fazendo esse memorial. Muita gente trabalhou junto comigo e não tem como receber esse prêmio sem agradecer a todos esses profissionais e estagiários que fizeram a Divisão de Divulgação Científica comigo”, conta a jornalista que faz questão de ressaltar sua relação com a UFU: “Eu estou nessa instituição h´á tantos anos. Foi onde eu fiz meus cursos de graduação, de mestrado e de doutorado, e me tornei servidora pública no cargo de jornalista. Isso mudou minha vida e da minha família. Meu nome vai acompanhado do nome da UFU e é sempre uma honra representar essa instituição e contribuir para que ela seja, como está escrito na fachada, ‘um bem público a serviço do Brasil'”, comenta a jornalista.

Madurro, por sua vez, destacou o papel de seu grupo de pesquisa, o Laboratório de Filmes Poliméricos e Nanotecnologia (Lafip-Nanotec), na conquista. “O importante é o fato. Um prêmio relevante e de âmbito nacional foi concedido, sendo um momento importante de minha carreira profissional, resultado de muito trabalho não só de minha parte, mas também dos alunos e ex-alunos do grupo e dos pesquisadores parceiros, em especial a professora Ana Graci Brito-Madurro, que coordena o grupo junto comigo, minha parceira de todas as horas, com quem compartilho esse prêmio. Ressalto também  o apoio das agências de fomento (Fapemig, CNPq e CAPES) e da Agência Intelecto com as quais sempre pudemos contar”, pontuou.

“Ninguém faz nada sozinho e caminhar bem acompanhado torna o caminho mais agradável, nos fazendo esquecer das pedras que encontramos no caminho. Este prêmio indica que as linhas de pesquisa sobre nanotecologia e biossensores que desenvolvemos no grupo de pesquisa são consideradas relevantes para a ciência e inovação do país, servindo como estímulo para continuarmos trabalhando para colaborar de algum modo com o desenvolvimento tecnológico e social de um país ainda muito jovem como o nosso, com uma grande população e dificuldades ainda maiores a serem superadas”, completou.

O evento reuniu presidentes e diretores das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPs), além de representantes de agências federais de fomento à CT&I, ministérios e organismos internacionais, com o objetivo de discutir políticas de fomento à pesquisa científica por meio das ações das FAPs, bem como as atividades já executadas e novas possibilidades de cooperação.

A premiação é concedida a 15 pesquisadores(as) que se destacaram em pesquisas científicas, tecnológicas e de inovação, cujos resultados tenham contribuído para a produção de conhecimento e beneficiado direta ou indiretamente o desenvolvimento e o bem-estar das populações brasileiras. A premiação também reconhece a atuação de três profissionais de comunicação que, por meio do jornalismo científico, tenham contribuído para aproximar a ciência, a tecnologia e a inovação da sociedade.

Diélen Borges é doutora em Estudos Linguísticos, mestra em Tecnologias, Comunicação e Educação e graduada em Letras e em Comunicação Social: Jornalismo. É jornalista na Diretoria de Comunicação Social desde 2013. Após projetar a editoria de Ciência nos canais de comunicação da instituição, participou, desde 2016, da concepção da Divisão de Divulgação Científica da UFU, ocorrida em 2018. Coordenou o novo setor até 2023. Em sua atuação em divulgação científica, a jornalista também esteve à frente da criação, em 2020, do podcast “Ciência ao Pé do Ouvido”. O programa é publicado semanalmente nos principais aplicativos de streaming e aborda temas de interesse público por meio de entrevistas com pesquisadores. Em 2021, participou da criação da Rede de Divulgadores da Ciência da UFU, que apoia e estimula projetos de divulgação científica de outras unidades da UFU. Borges integrou, ainda, a comissão organizadora das três primeiras edições do Comunica Ciência: Encontro de Pesquisadores e Jornalistas.

João Marcos Madurro é docente da UFU desde 1987. Sua produção científica e tecnológica abrange 38 patentes depositadas, sendo 11 cartas patente concedidas, além de mais de 80 artigos científicos publicados nas áreas de biossensores e nanomateriais, tendo recebido 15 prêmios, sendo os principais: Prêmio SBEB-Boston Scientific de Inovação em Engenharia Biomédica para o SUS, Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS – Ministério da Saúde (menções honrosas categoria teses em duas edições), Prêmio UFU de Teses e Prêmio Destaque PIBIC/UFU.

Essa é a segunda vez que um pesquisador da UFU é premiado pelo Confap. Na edição de 2022, Cleudmar Amaral Araújo, docente da Faculdade de Engenharia Mecânica, ficou em 1º na categoria Pesquisador(a) Inovador(a) – Inovação para o Setor Empresarial do Prêmio Confap de Ciência, Tecnologia e Inovação “Professora Odete Fátima Machado da Silveira” (2ª edição) pelas publicações, patentes e contribuições pelo desenvolvimento de tecnologias assistivas na área de saúde e esporte paralímpico. Confira na reportagem publicada em 2023.

Criado em 2006, o Confap reúne 27 Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) e integra o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Ele tem como objetivo promover uma melhor articulação dos interesses das agências estaduais de fomento à pesquisa científica, tecnológica e de inovação no Brasil.

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