Após a divulgação de que o governo federal descartou a federalização da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), o vice-prefeito de Ituiutaba, Douglas Guimarães, se manifestou publicamente nesta sexta-feira, 6 de junho. O Regionalzão revelou a decisão, que encerra as especulações sobre uma possível incorporação da universidade mineira à estrutura da União.
Critica à proposta
Douglas Guimarães criticou o que classificou como “proposta absurda” de extinção ou transferência da universidade, e defendeu que o momento deve ser de mobilização por avanços estruturais. “Ituiutaba não ficou parada, porque, para nós, nunca foi aceitável perder a UEMG”, afirmou.
Ex-aluno da instituição, o vice-prefeito destacou o impacto pessoal e formativo que teve durante o período em que cursou a graduação. “Foi lá que, além da formação acadêmica, vivi um processo profundo de desenvolvimento pessoal, especialmente enquanto uma pessoa autista, ainda não diagnosticada na época”, disse. “Na universidade, tive minhas primeiras amizades de contato físico, meu primeiro relacionamento, participei do movimento estudantil e amadureci de verdade.”
Avaliação financeira da instituição
Douglas também questionou os critérios do governo estadual ao considerar o valor da universidade. Segundo ele, o Estado avalia as unidades da UEMG em cerca de R$ 500 milhões, valor que ele considera subestimado. “Isso é menos da metade do que uma única empresa de aluguel de carros recebeu em isenção de IPVA em um único ano”, comparou. “Esse dado deixa claro para qualquer mineiro: existem alternativas viáveis, e extinguir uma universidade pública, de qualidade, não pode ser uma delas. A UEMG é patrimônio do povo mineiro.”
O vice-prefeito lembrou ainda que, uma semana antes de a proposta de extinção vir à tona, convidou a deputada estadual Lohanna para visitar a unidade de Ituiutaba, iniciando conversas sobre a instalação de um Restaurante Universitário no campus. Segundo ele, é preciso intensificar esse tipo de articulação.
“Mesmo que a proposta de extinção seja arquivada, não podemos desperdiçar a mobilização e a união que surgiram. Vamos transformar essa crise em força para conquistar avanços concretos”, concluiu.
A UEMG possui unidades distribuídas pelo estado de Minas Gerais e atende milhares de estudantes em cursos de graduação, pós-graduação e extensão. O fim da possibilidade de federalização ocorre em meio a um debate mais amplo sobre o financiamento e a sustentabilidade das universidades estaduais mineiras.