Minas Gerais cria mais de 20 mil vagas formais em maio com impulso do agronegócio

Estado teve o segundo melhor desempenho do país na geração de empregos; cultivo de café lidera criação de vagas

Eloi Naves
Carteira de Trabalho DigitalMarcela Camargo / Agência Brasil

Minas Gerais encerrou o mês de maio com a criação de 20.287 empregos com carteira assinada, segundo dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. O saldo positivo resulta de 250.299 admissões contra 230.012 desligamentos registrados no período.

Apesar do resultado expressivo, houve uma queda de 26,6% no ritmo de geração de empregos em relação a abril. No comparativo com maio de 2024, porém, o crescimento foi de 1,8%.

Setores que puxaram o crescimento

Todos os cinco grandes setores da economia mineira apresentaram saldo positivo na geração de vagas em maio:

  • Agropecuária: +7.523 vagas
  • Serviços: +5.248 vagas
  • Comércio: +3.141 vagas
  • Construção: +2.246 vagas
  • Indústria: +2.128 vagas

O destaque absoluto ficou com a atividade cafeeira, que sozinha respondeu pela geração de 9.715 postos de trabalho, impulsionando o bom desempenho do setor agropecuário.

No setor de serviços, as atividades ligadas à atenção à saúde humana foram responsáveis por 2.221 novas vagas. Já no comércio, o segmento atacadista de alimentos, bebidas e fumo criou 934 novos empregos. A construção civil foi impulsionada principalmente pelas obras de infraestrutura (energia, saneamento e telecomunicações), com 745 novas vagas. Na indústria, o destaque foi a fabricação de veículos, reboques e carrocerias, que gerou 902 postos.

Minas lidera no Sudeste

Com esse desempenho, Minas Gerais ficou em segundo lugar no ranking nacional de geração de empregos em maio, atrás apenas de São Paulo, que criou 33.313 vagas. O saldo total do Brasil foi de 148.992 novos empregos. O Rio Grande do Sul foi o único estado com resultado negativo, com fechamento de 115 vagas.

Acumulado do ano

De janeiro a maio de 2025, Minas Gerais já acumula 124.272 novos postos de trabalho formais. Foram 1.270.157 admissões contra 1.145.885 desligamentos no período. Apesar do bom desempenho, o saldo ainda é 7,8% menor do que o registrado nos primeiros cinco meses de 2024.

No acumulado do ano, o setor de serviços lidera com 51.997 vagas, seguido por agropecuária (25.154), indústria (24.755), construção (18.980) e comércio (3.390).

Projeções para o segundo semestre

Segundo o professor Cleyton Izidoro, da FGV, a manutenção da taxa Selic em patamar elevado (15% ao ano) deve seguir impactando o ritmo de geração de empregos. Para ele, três cenários podem se desenhar:

  • Otimista: com queda significativa dos juros e valorização do café, a geração de empregos em Minas pode crescer até 7% em relação a 2024.
  • Base: com estabilidade dos juros e ausência de choques econômicos, o crescimento deve ser modesto, mas positivo.
  • Pessimista: manutenção dos juros altos e perda de competitividade no setor agrícola podem frear a geração de novos postos.
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