Moraes abre investigação contra juiz de Uberlândia que autorizou soltura de réu do 8 de janeiro

Ministro do STF determinou investigação contra juiz da Vara de Execuções Penais de Uberlândia por autorizar soltura de réu condenado por depredação no 8 de janeiro, contrariando decisão da Corte.

Eloi Naves
Alexandre Moraes, Ministro do STFFoto: Gustavo Moreno - STF

Uberlândia (MG), 20 de junho de 2025 – O ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinou a abertura de inquérito para apurar a conduta do juiz Lourenço Migliorini Fonseca Ribeiro, da Vara de Execuções Penais de Uberlândia. A decisão foi motivada pela soltura de Antônio Cláudio Alves Ferreira, condenado a 17 anos por destruir um relógio histórico durante a invasão ao Palácio do Planalto em 8 de janeiro de 2023 .

O caso em Uberlândia

  • O mecânico, que teve sua condenação confirmada pelo STF, cumpriu apenas cerca de 16% da pena originalmente estipulada. Ainda assim, o juiz de Uberlândia concedeu progressão ao regime semiaberto, sem monitoramento eletrônico, sob a justificativa de “boa conduta e ausência de faltas graves”  .
  • Alega a decisão que, como o réu não possui residência fixa na comarca, a falta de tornozeleira justificaria a soltura, pois não poderia ser prejudicado por falhas na estrutura prisional  .

Argumento do STF

  • Segundo Moraes, o juiz ultrapassou sua competência, pois casos relacionados aos atos de 8 de janeiro estão sob jurisdição exclusiva do STF  .
  • Além disso, o ministro argumenta que a Lei de Execuções Penais exige 25% da pena cumpridos para réus condenados por crimes com violência, como os do caso, e como o condenado tinha cumprido somente 16%, a progressão foi ilegal  .

Situação da tornozeleira em Minas

  • A Secretaria de Justiça de Minas Gerais nega falta de equipamento, afirmando que tem 8.820 de 12.933 vagas ativas, restando mais de 4.000 disponíveis  .
  • Conforme nota oficial, o réu tem 60 dias para comprovar endereço em Uberlândia e instalar o monitoramento eletrônico, com agendamento já marcado  .

Repercussão local

  • Em Uberlândia, a decisão do juiz já vinha sendo questionada por especialistas locais, que apontam para a importância de respeito à competência legal e à hierarquia do STF. A postura de Moraes reforça esse entendimento e ressalta a exigência do cumprimento mínimo da pena para crimes graves.
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