O promotor de Justiça André Luis Garcia de Pinho, condenado a mais de 22 anos pela morte da esposa Lorenza Maria Pinho, foi transferido para a Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga, em Uberlândia. Ele estava preso desde 2021 na Academia do Corpo de Bombeiros Militar, em Belo Horizonte. As informações sobre a mudança que ocorreu no dia 13 de julho, foram confirmadas pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) ao portal Super Notícia nesta quinta-feira (3).
A decisão de transferir André de Pinho veio do secretário de Justiça, Rogério Greco. Ele justificou a medida pela necessidade de garantir a “adequada assistência à saúde” do promotor. A unidade dos bombeiros, onde ele estava detido, não possuía estrutura para isso.
Justificativa da transferência
Greco detalhou que, somente em 2024/2025, o promotor demandou 94 escoltas externas para atendimentos médicos. Além disso, a alimentação de André era fornecida pelo Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto. Isso exigia o deslocamento de uma viatura operacional quatro vezes ao dia, percorrendo mais de 85 km diariamente. A nova unidade em Uberlândia conta com uma Sala de Custódia Especial. Ali, André de Pinho terá “condições adequadas e compatíveis com as prerrogativas e garantias funcionais legais e institucionais do cargo”. O local permite atendimento médico “imediato e permanente”, com uma cela separada das demais, sem grades e com acesso restrito. A estrutura é “compatível com as exigências de segurança, higiene, ventilação, iluminação e dignidade”.
Repercussão da Família
Marco Aurélio Silva, pai de Lorenza, manifestou sua satisfação com a transferência do promotor ao Super Notícia. “Mais de 4 anos após o assassinato e 2 anos após a condenação, nós, finalmente, o vimos no presídio. Até então, ele estava no, digamos, spa do Corpo de Bombeiros, no Aeroporto da Pampulha. Ficava passeando o tempo todo, saía uma vez por semana para ir ao médico, mas agora isso acabou“, disse. A família se sente satisfeita. “Não é porque ele era promotor que tinha direito de ficar em um spa após assassinar a minha filha. Nós, da família, ficamos satisfeitos pois achamos que esse é o dever da Justiça: conduzir os presidiários para um local que eles mereçam ficar“, concluiu Silva.
Relembre o Crime
Lorenza Maria Silva de Pinho morreu em 2 de abril de 2021, no apartamento da família, em Belo Horizonte. O promotor André Luis Garcia de Pinho acionou a emergência de um hospital particular, mas a equipe médica não conseguiu reanimá-la. O atestado de óbito inicial apontou morte por intoxicação. No entanto, a suspeita de feminicídio surgiu no dia seguinte. Laudos indicaram violência física, levando ao cancelamento do velório. O corpo foi para o Instituto Médico-Legal (IML), e o promotor foi preso dois dias após a morte.
O exame de necropsia, concluído em 5 de abril de 2021, revelou que o corpo de Lorenza chegou ao IML quase sem sangue. Isso indicava que o líquido vital havia sido extraído. André de Pinho foi condenado em 29 de março de 2023 por matar a esposa dopada e asfixiada. Ele recebeu uma pena de 22 anos de reclusão em regime fechado por feminicídio. Além disso, foi sentenciado a 1 ano e 10 dias de prisão em regime aberto por omissão de cautela ao manter uma arma de fogo no guarda-roupa do quarto do filho, então com 16 anos.