Com o objetivo de desestruturar a atuação de uma facção criminosa com ramificação no Triângulo Mineiro, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) participou, com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Polícia Militar, das operações Disciplina da Lei e Kavod – Armadura de Deus. Os levantamentos que antecederam a intervenção conjunta apontam que o grupo tinha a intenção de atacar agentes da Segurança Pública. Dois policiais penais chegaram a ser vítimas de tentativa de homicídio.
Os trabalhos foram realizados em Uberlândia, no último sábado (21/11), e resultaram na prisão de 20 investigados – incluindo duas autuações em flagrante por tráfico de drogas e uma por lavagem de dinheiro –, além do cumprimento de 35 mandados de busca e apreensão. De acordo com o promotor de Justiça Thiago Ferraz de Oliveira, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Uberlândia, ligado ao MPMG, o terceiro ataque aconteceria no dia em que foram deflagradas as operações. Ele informa que as ordens estavam vindo de líderes com influência nacional.
Conforme investigado, as vítimas eram escolhidas de forma aleatória. O primeiro atentado ocorreu no dia 30 de julho, no bairro Saraiva. Já no último dia 9 de novembro, outro agente foi atacado entre a Rua Harpia e a Avenida Manoel Lúcio. Nos dois casos, houve tiros e foi utilizado um veículo roubado para esse fim. Oliveira informa que as duas tentativas de homicídios já foram denunciadas e constituídas ação penal em análise pela Justiça.
O chefe do 9º Departamento de Polícia Civil, Marcos Tadeu de Brito Brandão, ressalta a integração das Forças de Segurança - polícias Civil, Militar e Penal, e Ministério Público. “O compartilhamento de informações possibilitou o êxito do cumprimento, de forma simultânea, dos mandados expedidos pelo Poder Judiciário”, assinala, ao adiantar que os trabalhos prosseguem com o objetivo de coibir a atuação da organização criminosa.
O nome “Disciplina da Lei” faz alusão ao termo usado pela facção criminosa, caracterizada, segundo o promotor de Justiça, por possuir alto poder bélico, liderança com projeção nacional, estatuto próprio e cartilha de disciplina dos integrantes.
Participaram das operações três promotores de Justiça, 48 policiais civis e 125 policiais militares.
*Com informações do MPMG