Em um importante passo para transformar Uberlândia em referência nacional na produção e distribuição dos remineralizadores de solo no país, o prefeito Odelmo Leão lançou, nesta quarta-feira (8), o marco fundamental do primeiro Polo Agromineral Verde do Brasil. No evento ainda foi celebrada a assinatura da ordem de serviço para que a Prefeitura e empresa Companhia de Promoção Agrícola e Tecnologia Campo formalizem um acordo de cooperação para novas ações no segmento. A ordem foi assinada pela secretária municipal de Comunicação e Governo, Ana Paula Junqueira, e o presidente da Campo, Emiliano Botelho.
O lançamento do Polo Agromineral Verde do Brasil coincidiu com a apresentação da Feira do Agronegócio Mineiro (Femec) 2022, realizado pelo Sindicato Rural de Uberlândia. O tema da feira no próximo ano será “Agronegócio sustentável alimentando o mundo” e terá o pó de basalto como um dos assuntos em destaque. Prevista para ocorrer no período de 22 a 25 de março no Parque de Exposições Camaru, em Uberlândia, a feira receberá produtores rurais das principais fronteiras agrícolas do país. Além da comercialização de máquinas, implementos e insumos agrícolas e campos demonstrativos de sementes, o evento apresentará ensaios de eficiência agronômica do pó de basalto como remineralizador de solo.
“Uma vez que nossa cidade seja reconhecida como centro de processamento e comercialização do pó de rocha, todos sairão ganhando. Isso desde a questão econômica até a qualidade do alimento produzido e fornecido para a nossa população. Como polo logístico e avançada nos estudos sobre a aplicação desse recurso natural na lavoura, Uberlândia tem expertise para promover o impulso de que o setor precisa. Alavancando, assim, não só a economia local, mas de toda a região, incluindo o Noroeste mineiro”, disse Odelmo Leão.
AÇÕES
Para estabelecer Uberlândia como Polo Agromineral Verde, o Município já vem trabalhando em diversas frentes. No final de outubro, a Prefeitura apresentou junto a parceiros um relatório técnico para que as mineradoras interessadas registrem o basalto de Uberlândia junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para processamento do pó de rocha.
Além disso, a gestão municipal vem buscando apoio dos governos estadual e federal para fortalecer a estrutura logística regional. Esse marco fundamental lançado pela administração tem como objetivo desencadear ações estruturantes para auxiliar mineradoras e agricultores a obterem financiamentos que viabilizem desde a produção até a compra do pó de rocha.
O engenheiro agrônomo e diretor da Campo, Marcos de Matos Ramos, elencou algumas ações viabilizadas a partir do lançamento do polo. “Entre outras atividades, vamos mapear e quantificar o potencial basáltico e de outros tipos de rocha, orientar as mineradoras quanto ao registro no Mapa e atrair novas empresas, orientar o desenvolvimento de plano de negócios para a cadeira produtiva e identificar e atrair investidores”, explicou.
PRESTÍGIO
No evento, estiveram presentes lideranças do agronegócio regional, renomados pesquisadores, além de Alysson Paolinelli, ex-ministro da Agricultura no período de 1974 a 1979, que já ganhou, em 2006, o prêmio World Food Prize – equivalente ao Nobel da alimentação – e foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 2021.
Além de Paolinelli, estiveram presentes o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Antônio Pitangui de Salvo, o coordenador do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Maurício de Carvalho Oliveira, o presidente da Associação dos Municípios do Vale do Paranaíba (Amvap), Wender Luciano, e o presidente do Sindicato Rural de Uberlândia, Thiago Silveira, além de vereadores, deputados e representantes do Banco do Brasil e da Caixa Federal Econômica.
PÓ DE ROCHA
Rico em minerais, o pó de rocha é capaz de auxiliar na recuperação da terra da forma mais natural possível e com viabilidade econômica, que é o grande desafio de todo produtor. No caso específico do pó de basalto, abundante no solo uberlandense, o destaque está nas concentrações de cálcio, magnésio, potássio e silício.
Os estudos, conduzidos pelo município com apoio da Campo, apontam para aumento de rendimento na produção e melhora de sanidade das plantas, com maior resistência a pragas e doenças. O pó de rocha contribui para a otimização do uso de fertilizantes sintéticos, que encarecem os custos da lavoura.
Outro benefício está no sequestro de carbono. Para cada tonelada de pó de basalto adicionada na terra, estima-se que 180 kg de CO2 deixem de ir para atmosfera, pois são fixados no solo. Esse aspecto torna o remineralizador um aliado na mitigação do aquecimento global e no fortalecimento de uma agricultura brasileira mais sustentável.