Um dia histórico para quem atua na Enfermagem: na noite desta quarta-feira (4), a Câmara dos Deputados aprovou por 449 votos a favor e apenas 12 contrários o Projeto de Lei (PL) 2.564/2020, que cria o piso salarial da categoria.
Para acompanhar de perto a votação em Brasília (DF), 81 profissionais de Uberlândia, Araguari, Prata e Abadia dos Dourados partiram rumo à Câmara, onde somaram forças com outros colegas de profissão que participavam de movimentos em favor da conquista.
Um deles é o uberlandense Conrado Augusto Ferreira de Oliveira, que atua como enfermeiro há 11 anos. “Assim que soubemos a data que o piso seria pautado, imediatamente começamos a organização. Contamos com a ajuda do Deputado Federal Zé Vitor (PL-MG) e do Sintet-UFU (Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições Federais de Ensino Superior de Uberlândia) para que dois ônibus pudessem ser disponibilizados. A procura foi muito grande, com lista de espera”, destacou.
A matéria ganhou força diante da grande sobrecarga que os profissionais sofreram durante a pandemia da Covid-19, sendo aprovada no Senado por unanimidade em novembro de 2021.
Conrado Augusto conta que tem promovido mobilizações e acompanhado a evolução do projeto desde a sua criação, em 2020. “Hoje o profissional atua em dois ou três empregos para garantir o salário que o piso propõe, na maioria das vezes de forma exaustiva, o que implica também em baixa produção e até mesmo potencializa a chance de erros,” ressaltou.
Em Minas Gerais, existem 218.364 profissionais que atuam como enfermeiros, técnicos e auxiliares, segundo informações do Cofen (Conselho Federal de Enfermagem).
Além do piso, outra luta da categoria é a aprovação do PL 2.295/2000, que prevê jornada de 30h, aprovado no Senado e que está na Câmara há 22 anos. “Também há luta por salas de descanso com condições adequadas, aposentadoria especial, condições de trabalho. São muitas lutas, e a Enfermagem finalmente despertou para todas elas!", concluiu.
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