Uma denúncia de estvpro envolvendo um servidor público municipal de Uberaba gerou forte repercussão política e social no município após ser divulgada nas redes sociais pelo vereador Thiago Mariscal. O caso teria ocorrido dentro do Centro Administrativo da Prefeitura e levanta questionamentos sobre a atuação do poder público na proteção de mulheres vítimas de violência.
O que foi denunciado?
Em vídeo publicado em seu perfil, o vereador Mariscal aparece ao lado de J.L., 40, funcionária terceirizada da limpeza, contratada pela Prefeitura de Uberaba. Ela afirma que um servidor concursado a estuprou em um banheiro do prédio da administração municipal, cerca de quatro meses antes da gravação.
Segundo a vítima, o agressor, identificado pelas iniciais R.A.P.G., teria dito que “nada aconteceria com ele”, pois ela seria apenas “uma simples empregadinha”. No relato, ela afirma que a Prefeitura a apoiou inicialmente para formalizar a denúncia, mas as autoridades a abandonaram logo depois.
A mulher também apresentou exames e testemunhas que, segundo ela, confirmam não apenas o crime, mas também episódios anteriores de assédio por parte do servidor contra outras funcionárias.
Qual foi a repercussão política?
A gravação mobilizou intensamente as pessoas nas redes sociais e muitas compartilharam o vídeo. Mariscal afirmou estar indignado com a suposta omissão da gestão municipal. “Mais uma vida destruída? Mais um trauma incurável?”, escreveu. Ele também acusou a Prefeitura de silêncio e falta de providências concretas.
A vereadora Ellen Miziara apoiou a denúncia do colega e, em comentário público, afirmou que “os crimes sexuais são o pior tipo de crime” e defendeu que a Justiça os trate como crime hediondo.
O que diz a Prefeitura?
Após a repercussão, a Prefeitura de Uberaba divulgou uma nota oficial afirmando que Mariscal descreveu o caso de forma imprecisa. Segundo o Executivo, ao tomar conhecimento das denúncias, a gestão afastou o servidor das funções e instaurou procedimento administrativo.
A nota informa que a comissão de apuração ouviu quatro vítimas e uma testemunha. Uma das mulheres relatou ter sofrido violência sexual, o que motivou o encaminhamento do caso à Polícia Civil para investigação criminal.
A administração municipal diz ainda estar oferecendo suporte psicológico e jurídico às vítimas e afirma que o servidor permanecerá afastado enquanto durar o processo administrativo. A Prefeitura reforçou o compromisso com a proteção das vítimas e a criação de um ambiente institucional seguro.
Qual é a situação atual?
J.L. está sob medida protetiva emitida pela Justiça, mas relatou ao vereador dificuldades emocionais para retornar ao trabalho. Ela afirma enfrentar crises de ansiedade e medo de reencontrar o acusado.