O ex-ministro do Turismo Gilson Machado foi preso na manhã desta sexta-feira, 13, no Recife (PE), sob suspeita de tentar ajudar Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, a obter um passaporte português.
Mauro Cid, que firmou acordo de delação premiada com a Polícia Federal e se tornou peça-chave nas investigações contra Bolsonaro, é alvo de mandados de busca e apreensão em Brasília, no mesmo desdobramento da operação que levou à prisão de Machado.
Na última terça-feira (10), a Procuradoria-Geral da República (PGR) encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma manifestação solicitando a abertura de inquérito para investigar o ex-ministro. A suspeita é de que ele tenha atuado para facilitar a obtenção de cidadania ou documentação portuguesa para Cid.
Gilson Machado tentado, via Consulado de Portugal em Recife, em maio de 2025, obter a emissão de um passaporte português para Cid, o que teria a finalidade de viabilizar a saída de Mauro Cid do território nacional.
A PF teria encontrado arquivos que mostram que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro tentou, em janeiro de 2023, a obtenção da cidadania portuguesa.
Antes da prisão, Machado divulgou nota à imprensa na qual afirmou que procurou um consulado de Portugal no Brasil, em maio, apenas para agendar a renovação do passaporte de seu pai. Não houve, segundo ele, qualquer tentativa de interferência irregular.
A defesa de Mauro Cid ainda não se manifestou.
Gilson Machado é aliado próximo de Bolsonaro e integrou seu governo entre 2020 e 2022. Ele também foi um dos coordenadores da campanha à reeleição do ex-presidente no Nordeste.
A Polícia Federal e a PGR ainda não divulgaram detalhes oficiais sobre a operação.
