Leonardo Ferreira Silva, de 31 anos, foi preso na tarde de ontem em sua residência, na região central de Uberlândia, durante uma operação conjunta das Polícias Civis de Minas Gerais e de São Paulo.
Ele é suspeito de envolvimento em cinco homicídios cometidos em diferentes estados e também responderá por tráfico de drogas e posse ilegal de armas de uso restrito.
A ação foi coordenada pelo Grupo Especial de Repressão (GER) e contou com o cumprimento de mandados de busca e apreensão em cinco endereços, incluindo um rancho em Araguari, onde foi localizada uma arma de fogo.
No momento da prisão, Leonardo estava com a esposa e não apresentou resistência.
Contra ele, havia dois mandados de prisão temporária por envolvimento nas mortes de Lázaro Antônio e José Gonzaga Moreira, ocorridas em São Paulo.
Durante depoimento, Leonardo confessou os assassinatos e revelou que costumava trocar de arma após cada crime. No caso de Lázaro, utilizou uma pistola 9 mm e um revólver calibre 38.
Segundo a polícia, Leonardo alternava entre homicídios por desavenças pessoais e crimes de mando.
Ele admitiu ter recebido R$ 10 mil — de um total prometido de R$ 50 mil — para matar José Gonzaga, um idoso de 80 anos que mantinha um canal no YouTube voltado a denúncias sobre o uso de recursos públicos.
A possível motivação política está sob investigação.
Com passagens por roubo, Leonardo saiu do sistema prisional em 2019. Ele afirmou ter cometido seu primeiro homicídio em 2023, após uma discussão com membros de uma facção criminosa.
Desde então, passou a agir sozinho e acredita-se que esteja jurado de morte pela organização.
Além dos crimes já confessados, a polícia suspeita que Leonardo esteja envolvido em outros assassinatos na região de Uberlândia e em estados vizinhos.
Durante a operação, ele tentou se desfazer de um celular utilizando um drone. Em outros endereços ligados a ele, foram apreendidas três armas de fogo — pistola 9 mm, revólver calibre 38 e arma calibre 22 —, além de cerca de 200g de drogas e quase 30 kg de maconha.
Os homicídios seguiam um padrão: Leonardo se aproximava das vítimas em uma motocicleta, pedia que abaixassem o vidro do carro e efetuava os disparos.
As motivações variavam entre vingança, ameaças e acertos de dívidas. Em Pernambuco, ele matou uma vítima que teria revelado seu paradeiro às autoridades.
Frio e articulado, Leonardo demonstrou tranquilidade ao relatar os assassinatos à polícia.
Ele foi autuado em flagrante e permanece à disposição da Justiça. As investigações seguem em andamento para apurar a extensão de sua atuação criminosa.