A Operação Camarilha, que apura fraudes envolvendo rifas e apostas ilegais, segue em investigação em Araguari e outras cidades do país. O caso, que teve sua segunda fase deflagrada em abril de 2025 pelo Ministério Público de Minas Gerais e a Polícia Civil, continua sendo investigada sob segredo de justiça. As autoridades buscam desvendar a atuação de uma organização criminosa suspeita de envolver-se em jogos de azar, lavagem de dinheiro, estelionato e crimes contra a economia popular.
De acordo com as informações, a base do esquema estaria em Araguari, no Triângulo Mineiro, e se expandia por cidades como Brasília, Praia Grande, Rio de Janeiro e Porto Alegre. As apurações iniciais revelaram que o grupo atuava por meio da venda de rifas disfarçadas de títulos de capitalização filantrópicos, sem fins sociais legítimos.
Detalhes da investigação
A estratégia do grupo era respaldada por uma empresa do Rio Grande do Sul, que obteve autorização da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) para comercializar esses títulos. No entanto, essa autorização estava atrelada à atuação de empresas intermediárias e à suposta participação de entidades beneficentes. As investigações indicam que essas entidades recebiam apenas uma pequena fração dos valores arrecadados.
De acordo com o Ministério Público, a entidade filantrópica FNAP, com sede em Brasília, ficava com apenas 5% da quantia arrecadada. Os outros 95% eram desviados para influenciadores digitais e empresas envolvidas no esquema. Os repasses teriam ocorrido entre setembro de 2023 e abril de 2025, com movimentações financeiras que ultrapassaram R$ 15 milhões.
Próximos passos
Entre os investigados, segundo informações prévias, estão um advogado de Araguari apontado como líder da organização, um contador de Brasília, empresários de diferentes estados e influenciadores digitais da cidade mineira. Contudo, os nomes dos envolvidos não foram divulgados oficialmente.
Na segunda fase da operação, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão e houve a apreensão de dez veículos. A força-tarefa contou com a participação de promotores de Justiça, delegados, investigadores e escrivães. A continuidade das investigações sob segredo de justiça visa garantir a integridade das apurações e a coleta de novas provas, sem que haja interferência ou prejuízo para o processo. Novas informações serão divulgadas conforme permitido pela evolução do caso.