
A médica Cláudia Soares Alves, presa em 2024 por sequestrar um recém-nascido em Uberlândia, foi detida novamente nesta quarta-feira (5), em Goiás, suspeita de participação no assassinato de uma mulher ocorrido em 2020. A prisão foi cumprida pela Polícia Civil de Goiás (PCGO), em Itumbiara, no sul do estado.
Segundo o delegado Eduardo Leal, responsável pela investigação, Cláudia e outros dois suspeitos são apontados como autores do homicídio de uma farmacêutica, morta a tiros por volta das 7h, quando chegava ao trabalho em Uberlândia. A médica teria planejado o crime por motivos pessoais relacionados a uma disputa afetiva.
De acordo com as apurações, Cláudia mantinha um relacionamento com o ex-marido da vítima. O casal tinha uma filha, e a médica é suspeita de ter tentado assumir o papel materno da criança, chegando a tentar retirar o poder familiar da mãe biológica. A vítima, no entanto, havia proibido que a menina tivesse contato com o pai enquanto ele estivesse acompanhado de Cláudia, decisão que teria motivado o rompimento e alimentado o conflito entre as partes.
O delegado afirmou que a médica acreditava que, eliminando a vítima, aumentaria suas chances de obter a guarda da criança. Para executar o plano, ela teria contado com a ajuda de um vizinho e do próprio filho.
Nesta quarta-feira, a PCGO cumpriu três mandados de prisão temporária, que podem ser prorrogados por mais 30 dias ou convertidos em prisão preventiva.
O nome de Cláudia já havia ganhado repercussão nacional em julho de 2024, quando ela foi presa após sequestrar um bebê no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU). Na ocasião, a médica se disfarçou de pediatra, vestindo jaleco e crachá, e levou o recém-nascido poucos minutos após o parto.
De acordo com o pai da criança, Edson Ferreira, a mulher entrou no quarto se apresentando como médica e, após conversar com os funcionários, saiu do hospital com o bebê. A fuga terminou em Itumbiara (GO), onde a Polícia Civil localizou a criança em uma clínica de propriedade de Cláudia. No local, foram encontrados fraldas, uma banheira e até uma piscina infantil.
Durante o interrogatório, a médica afirmou que sofria de problemas psicológicos e fazia uso de medicamentos controlados. Ela foi autuada em flagrante por sequestro qualificado.
Agora, Cláudia deve responder também por homicídio qualificado e associação criminosa. A Polícia Civil de Goiás informou que as investigações continuam para definir o grau de participação dos demais suspeitos no crime.


