A onça-pintada que matou o caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, em Aquidauana, no Mato Grosso do Sul, apresentou comportamento agressivo e chegou a ameaçar a equipe do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), onde está internada há seis dias. A informação foi divulgada no boletim médico da última segunda-feira (28).
De acordo com os veterinários responsáveis pelo monitoramento do animal, a onça está “alerta e consciente”. Exames de ultrassonografia identificaram alterações agudas nos rins e no fígado, mas os veterinários não constataram sinais de insuficiência nos órgãos, apesar de terem considerado essa possibilidade inicialmente.
O felino também apresenta um quadro de gastroenterite, inflamação no aparelho digestivo cuja causa os profissionais ainda não identificaram. Além disso, os veterinários diagnosticaram uma leve anemia.
O animal, um macho que pesava 94 kg no momento do resgate, estava cerca de 26 kg abaixo do peso ideal, segundo os veterinários. Pesquisadores e agentes da Polícia Militar Ambiental capturaram o animal após o ataque.
O caso
Na manhã da última terça-feira (22), policiais militares ambientais localizaram os restos mortais de Jorge Ávalo em uma área de mata no Pantanal sul-mato-grossense. Parte do corpo estava dentro de uma toca utilizada pela onça, a cerca de 300 metros do rancho onde ele trabalhava. Durante o resgate, o felino também tentou atacar os policiais envolvidos na operação.
Os policiais removeram o corpo e o encaminharam ao Núcleo Regional de Medicina Legal de Aquidauana. A perícia confirmou que a onça-pintada causou a morte.
As autoridades investigam diversas hipóteses para o ataque, incluindo escassez de alimento na região, comportamento defensivo natural da espécie ou um possível período reprodutivo, que costuma tornar os machos mais agressivos.