Um professor de Educação Física de uma escola particular de Primavera do Leste (MT) foi preso em Uberlândia (MG), suspeito de importunar sexualmente um aluno de 15 anos. O educador estava na cidade acompanhando a equipe de vôlei da instituição em um campeonato nacional quando teve o mandado de prisão cumprido por policiais locais.

De acordo com a investigação conduzida pela Delegacia da Mulher de Primavera do Leste, o professor enviou ao adolescente mensagens pelo WhatsApp contendo uma tabela com o título “tipos de pinto”, que trazia desenhos e descrições de cunho sexual sobre diferentes formatos e tamanhos de órgãos genitais masculinos.
O material citava, entre outros, o “anão bravo”, o “torre de Pisa”, o “martelo de Thor”, o “bambu” e o “miojo cru”, acompanhados de textos com conotação sexual. Um dos trechos, por exemplo, descrevia o “anão bravo” como “grosso, mas sem muito comprimento, que já preenche tudo quando entra”. Outro definia o “torre de Pisa” como tendo “altura, mas inclinando para a esquerda — um charme torto”.
Os pais do adolescente encontraram as mensagens no celular do filho e procuraram a Delegacia da Mulher. “Peguei o celular do menor, fiz os prints das conversas e, com autorização dos pais, encaminhei o aparelho para extração de dados”, explicou a delegada Lícia Juliane, responsável pelo caso.
Após a análise do conteúdo, foi decretada a prisão preventiva do professor, que já havia sido demitido da escola. A delegada informou que a prisão seria feita no retorno do suspeito a Mato Grosso, mas a decisão foi antecipada e cumprida em Uberlândia. “Decidimos que o melhor momento seria quando ele retornasse, pois após a prisão o prazo para conclusão do inquérito é de 10 dias. Mesmo assim, a prisão acabou sendo feita ainda em Minas Gerais, por policiais locais”, disse.
O caso é tratado com sigilo pela Polícia Civil por envolver um profissional conhecido na cidade e que atuava há mais de 13 anos na instituição. A delegada também fez um alerta aos pais sobre o uso de celulares e redes sociais por crianças e adolescentes.
“Hoje, toda criança de cinco anos tem um celular. É preciso ficar atento ao que elas estão vendo e com quem estão conversando. Os filhos dão indícios quando algo errado está acontecendo”, afirmou. “A culpa nunca é da criança nem do jovem, mas do adulto que se aproveita da vulnerabilidade deles.”
O professor permanece preso à disposição da Justiça.


