
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) cumpriu, nesta terça-feira (28), 28 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a um suposto esquema de superfaturamento de recursos públicos destinados à cavalgada do 33º Expocampo, realizada em julho, no município de Campo Florido, no Triângulo Mineiro.
Entre os alvos da operação estão o vice-prefeito e o presidente da Câmara Municipal. Durante as diligências, foram apreendidos celulares, computadores e documentos em diferentes locais, incluindo a Secretaria de Licitação e Contas e o escritório de contabilidade da prefeitura.
A ação é conduzida pela Delegacia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro de Uberaba, com apoio do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). De acordo com as investigações, o grupo teria criado empresas de fachada, algumas constituídas poucos dias antes do evento, para vencer licitações com valores duplicados e incompatíveis com o porte da cavalgada. Há indícios de que as contratações tinham como objetivo favorecer integrantes de um mesmo grupo político.
O delegado Felipe Colombari, responsável pela operação, afirmou que os contratos analisados envolvem valores de diferentes proporções, alguns milionários, outros de menor porte.
As investigações também apontam que o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Regional (Convale) pode ter sido usado para intermediar pagamentos. A suposta duplicidade de depósitos ainda é analisada para verificar se houve erro administrativo ou dolo dos gestores. Até o momento, nenhum servidor do consórcio foi alvo das buscas.
A operação contou com o apoio de 95 policiais civis e quatro analistas do MPMG. Todo o material apreendido será periciado para reunir provas e aprofundar a apuração. Os investigados poderão responder por corrupção, peculato, falsidade ideológica e organização criminosa.
A Justiça determinou a suspensão dos pagamentos referentes ao Expocampo 2025 até a conclusão das investigações.


