A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou na manhã de quinta-feira (23) a Operação Via Pecuniam, que mirou uma das maiores organizações criminosas de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro do país. A ação, coordenada pelo 5º Departamento de Polícia Civil (5ºDPC), sediado em Uberaba, resultou na prisão de 29 pessoas e no bloqueio de aproximadamente R$ 80 milhões em contas bancárias e bens. A operação ocorreu simultaneamente em nove cidades mineiras, incluindo Araxá, Uberaba, Frutal, Montes Claros, Uberlândia e Ituiutaba, e também em Foz do Iguaçu, no Paraná.
As apurações duraram cerca de dois anos, segundo o delegado Vinicius Ramalho, titular da investigação. A Polícia Civil desvendou um sofisticado esquema de lavagem de capitais. O grupo criminoso utilizava “testas de ferro”, empresas de fachada e fintechs para movimentar enormes quantias. Isso dificultava a identificação da origem e destino do dinheiro ilícito. O Laboratório de Combate à Lavagem de Dinheiro de Uberaba deu apoio fundamental, rastreando as operações financeiras.

O nome da operação, “Via Pecuniam”, é uma expressão em latim que significa “o caminho do dinheiro”. Ele faz referência direta ao método da Polícia Civil para seguir o fluxo dos valores desviados. As investigações indicam que a organização criminosa movimentou a cifra de R$ 80 milhões.
Detalhes e apreensões da operação
Ao todo, a Justiça expediu 197 mandados judiciais, sendo 45 de prisões cautelares, 79 de buscas e apreensões, além de 73 bloqueios de contas bancárias. Mais de 300 policiais civis de diversos departamentos participaram da ação, que teve apoio aéreo e da Polícia Civil do Paraná.
Durante o cumprimento dos mandados, as autoridades apreenderam 25 veículos, incluindo carros de luxo. Também foram encontradas duas armas de fogo, centenas de aparelhos celulares e diversos documentos. A PCMG ressaltou que o grupo possuía uma estrutura de caráter empresarial, demonstrando alto poder financeiro e logística estruturada para o comércio ilegal de drogas e a ocultação de lucros.
Todo o material apreendido foi encaminhado à 2ª Vara Criminal de Araxá, que conduz o processo, e ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A Polícia Civil informou que as investigações continuam. Portanto, novas prisões e bloqueios de bens podem ocorrer nos próximos dias, conforme o avanço do inquérito e a identificação de outros ramificações da organização.



