O apoio do Avante ao projeto de anistia para investigados pelos atos golpistas de 8 de janeiro provocou um novo abalo na relação entre o deputado André Janones (MG) e a direção do partido. A movimentação, vista por aliados como um afastamento das bandeiras históricas de Janones, pode acelerar a saída do parlamentar da legenda e abrir caminho para novas articulações políticas de olho nas eleições de 2026.
Tensões internas e ruptura iminente
Nos bastidores, interlocutores próximos afirmam que o rompimento entre Janones e o Avante é praticamente certo. O deputado teria se incomodado com o que considera uma “guinada ideológica” da sigla, que passou a adotar posições mais alinhadas à direita, contrariando o perfil de centro-esquerda com o qual ele se identifica desde o início de sua trajetória política.
Embora a direção nacional do partido tente evitar a saída — já que Janones é um dos principais nomes da legenda em projeção nacional — o mal-estar cresceu após o voto do Avante favorável à anistia. Para o deputado, a medida simboliza um retrocesso político e um afastamento de princípios democráticos.
Três partidos de olho em Janones
Enquanto o impasse se amplia, três legendas já manifestaram interesse em receber o parlamentar. O PDT surge como um dos principais destinos possíveis, oferecendo a Janones um espaço de protagonismo digital e projetos eleitorais em Minas Gerais, incluindo uma eventual candidatura à Prefeitura de Belo Horizonte.
A Rede Sustentabilidade, por sua vez, acena com liberdade política e alinhamento ideológico, apostando na imagem popular e nas pautas progressistas defendidas por Janones.
Já o PT resgata a ligação histórica do deputado com o partido — ele militou na sigla por uma década — e conta com o aval de aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tentar repatriá-lo. Apesar da proximidade, Janones ainda avalia se teria o mesmo grau de autonomia dentro de uma legenda já consolidada.
Próximos passos
Janones cumpre os últimos dias de suspensão de suas atividades parlamentares, devendo retomar o mandato no próximo dia 15 de outubro. A definição sobre sua saída do Avante e o anúncio de uma nova filiação devem ocorrer nas semanas seguintes, influenciando diretamente o xadrez político mineiro e nacional para 2026.


