O ex-presidente Michel Temer (MDB) confirmou nesta segunda-feira (27/10) ter recebido um convite do PSDB para se filiar à legenda com vistas à disputa presidencial de 2026. A sinalização ocorre em meio à indefinição do campo da direita e centro-direita brasileira, que ainda busca um nome de consenso para enfrentar o pleito.
“Foi uma gentileza do Marconi Perillo, um reconhecimento ao nosso governo”, afirmou Temer, referindo-se ao presidente nacional do PSDB. Apesar do convite, o ex-presidente ressaltou que ainda não tomou nenhuma decisão sobre eventual mudança partidária.
Filiado ao MDB desde 1981, Temer reforçou o vínculo histórico com a sigla, mas admitiu avaliar o cenário político antes de definir seus próximos passos. A movimentação, no entanto, foi vista por analistas como um gesto estratégico diante da fragmentação da direita e da dificuldade das legendas tradicionais em apresentar candidaturas competitivas.
Convite e contexto político
O convite do PSDB é interpretado como uma tentativa do partido de reconstruir protagonismo nacional, após sucessivas derrotas nas últimas eleições presidenciais. Tucanos avaliam que a experiência e a imagem de estabilidade associadas a Temer poderiam ajudar a atrair setores moderados do eleitorado.
Do lado emedebista, há quem reconheça que o partido enfrenta divisões internas e poderá encontrar dificuldades para lançar candidatura própria em 2026. Isso explicaria a abertura de Temer para conversar com outras siglas.
Possíveis impactos para 2026
Caso o ex-presidente aceite o convite e dispute o Planalto, o movimento pode ter três efeitos diretos:
- Reforçar o PSDB como alternativa no centro-direita, ao trazer um nome com experiência e capacidade de articulação política;
- Fragilizar o MDB, que perderia seu principal ex-presidente ativo e uma figura de peso na construção de alianças;
- Redesenhar o tabuleiro político, reagrupando forças em torno de uma candidatura moderada em contraposição tanto à esquerda quanto à direita radical.
Cautela e cálculo político
Nos bastidores, interlocutores afirmam que Temer observa o cenário com cautela, analisando pesquisas e o espaço disponível entre os polos políticos. O ex-presidente tem sido procurado por lideranças de diferentes partidos para discutir alianças e programas de governo, mas evita antecipar qualquer definição.
Panorama da direita
O campo da direita segue dividido e sem liderança consolidada. A indefinição sobre candidaturas, especialmente em partidos como PL e União Brasil, abre espaço para nomes experientes como Temer testarem a receptividade do eleitorado e sondarem caminhos alternativos à polarização.


