Dos 185 deputados que assinaram o requerimento para criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre fraudes no INSS, apenas três são do Triângulo Mineiro: Ana Paula Leão, Weliton Prado e Zé Vitor.
A CPI foi proposta pelo deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO). Tem como objetivo investigar fraudes estimadas em mais de R$ 6 bilhões. Elas envolvem descontos irregulares aplicados na folha de pagamento de aposentados. A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) conduziram a operação que revelou o esquema na semana passada.
O requerimento foi protocolado na quarta-feira (30), após superar o número mínimo necessário de 171 assinaturas. Os deputados alcançaram esse limite já na terça-feira (29). Entre os apoiadores, a maior parte pertence ao PL, com 81 assinaturas. Partidos da base do governo também endossaram o pedido. União Brasil (25), PP (18), Republicanos (18), MDB (11) e PSD (9) estão entre eles.
A adesão limitada entre os deputados do Triângulo chama atenção diante da gravidade do caso e da sua repercussão nacional. A região, que tem boa representação na bancada mineira, viu apenas três de seus parlamentares se comprometerem com a iniciativa.
Autor do requerimento, Chrisóstomo se refere à comissão como “CPI do Roubo dos Aposentados”. Ele defendeu o afastamento do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), alegando que sua permanência no cargo comprometeria a isenção das investigações.
“Não dá para uma CPI investigar com o ministro dentro do ministério, certamente fazendo seus acordos contra as investigações. Minha sugestão é que o ministro Lupi peça para sair”, afirmou o parlamentar.
O PL também articula uma comissão mista de inquérito (CPMI), com a participação de senadores. Isso ocorrerá caso o processo da CPI na Câmara enfrente obstáculos regimentais ou resistência da presidência da Casa.