Ministros de Lula criticam Zema durante evento em MG

Redação Geral
Foto: ALMG

A cerimônia de apresentação do Novo Acordo Rio Doce, nesta quinta‑feira, 12, virou palanque para ataques de ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Dos seis integrantes da Esplanada que discursaram na Praça da Sé, quatro criticaram a ausência do chefe do Executivo mineiro, que não enviou representantes ao ato.

Com o presidente Lula no palanque, o evento tinha como objetivo detalhar novos compromissos de reparação pelos danos provocados pelo rompimento da barragem de Fundão, em 2015. Zema, que intensificou a artilharia contra o Planalto e ensaia candidatura ao Planalto em 2026 , acabou no centro das falas ministeriais.

O primeiro a cutucar foi Jorge Messias. Recitou “Janela”, de Adélia Prado, e lembrou episódio em que Zema, presenteado com livro da poeta, quis saber se a autora trabalhava em uma rádio de Divinópolis. “Tem governante que não conhece o próprio povo”, disse, sem citar o nome do governador. A plateia respondeu com coro de “Fora, Zema”.

Na sequência, Rui Costa ironizou vídeo em que o governador come banana com casca para reclamar do preço dos alimentos. “Se diminuir o tempo que gasta gravando bobagem, vai sobrar tempo para cuidar do povo de Minas”, apontou.

Responsável por anunciar a destinação de recursos do acordo a um hospital regional, Alexandre Padilha afirmou haver “governador que constrói hospital, mas não faz funcionar”, referência às seis unidades prometidas por Zema desde 2019 e ainda não inauguradas.

Mais duro, Márcio Macedo acusou o mineiro de espalhar mentiras sobre Lula. “Ele tem de lavar a boca com água sanitária antes de falar do presidente”, disse, arrancando aplausos.

Um dia antes da visita, Zema atribuíra ao governo federal a criação da Fundação Renova, alvo de críticas pela lentidão nas reparações, e sustentou que o novo acordo avançou graças ao modelo adotado no desastre de Brumadinho (2019), conduzido pela gestão estadual.

As falas de confronto contrastaram com o tom propositivo adotado pelas ministras Marina Silva e Alexandre Silveira, que listaram entregas ambientais e energéticas do Planalto e evitaram menções ao governador.

ENTENDA O NOVO ACORDO

O pacto apresentado nesta quinta reúne União, Minas, Espírito Santo, Ministério Público e as empresas responsáveis pela barragem (Vale, Samarco e BHP). Entre as metas estão:

  • criação de fundo de R$ 10,5 bilhões para saúde pública em 46 municípios atingidos;
  • construção de hospital regional em Mariana;
  • conclusão de 100% das casas para famílias desalojadas até 2027;
  • revisão anual das indenizações com base no IPCA.
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