A eleição interna do Partido dos Trabalhadores em Minas Gerais ganhou novos contornos após decisão da 17ª Vara Cível de Brasília garantir, neste sábado (5), a candidatura de Dandara Tonantzin à presidência do Diretório Estadual.
A disputa interna do PT mineiro virou uma novela política. Na semana passada, Dandara se pronunciou após ter sua candidatura barrada. Agora, a Justiça garantiu seu direito de concorrer, reacendendo a disputa pela presidência do partido em Minas.
A parlamentar teve o registro de candidatura indeferido pelo Diretório Nacional do PT, sob argumento de inadimplência com contribuições partidárias. A decisão judicial, porém, entendeu que Dandara apresentou comprovantes bancários que demonstram o pagamento de parte dos débitos e o agendamento do restante antes do prazo final de 29 de maio, exigido pelas regras internas do partido.
Apesar do agendamento não ter sido efetivado, o juízo considerou a alegação de que houve falha do banco, que confirmou saldo suficiente na conta. A parlamentar, inclusive, realizou uma TED no mesmo valor posteriormente.
Em sua decisão, o juiz Jerônimo Grigoletto Goellner escreveu: “não fosse falha interna da instituição financeira, todo o débito que a autora tinha perante os requeridos teria sido quitado dentro do prazo estabelecido no edital das eleições. É provável, assim, que o indeferimento de sua candidatura, em razão de suposta inadimplência, seja inválido, o que torna provável o seu direito a concorrer ao cargo pleiteado.”
A decisão liminar ordenou ao partido que tome as providências necessárias para assegurar a participação de Dandara na eleição marcada para domingo (6). O magistrado dispensou multa para eventual descumprimento, mas alertou que qualquer processo eleitoral realizado sem observância da decisão pode ser invalidado.
Nos bastidores, aliados de Dandara afirmam que o indeferimento seria fruto de disputa interna. “A Justiça nos deu razão! Sigo mais candidata do que nunca. Quem deve decidir quem será a próxima presidenta do PT são os filiados e filiadas. Ficou nítido que a última decisão do Diretório Nacional foi política, capitaneada por pessoas que apoiam a candidatura adversária à minha”, disse Dandara.
Resta saber agora se o PT irá cumprir integralmente a liminar e quais impactos essa disputa poderá trazer para a unidade do partido em Minas Gerais. A vitória judicial de Dandara expõe fissuras internas e coloca o partido diante de um embate que pode reverberar no cenário político mineiro e até nacional.
ATENÇÃO
Conteúdo faz parte da Coluna Poder, assinada por Adelino Júnior, que acompanha os bastidores da política no Triângulo Mineiro.
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