PL estuda mudança de Nikolas Ferreira para São Paulo

A possível candidatura do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) por São Paulo nas eleições de 2026 está causando tensão dentro do Partido Liberal. O jovem parlamentar, que foi o mais votado do Brasil em 2022 com mais de 1,4 milhão de votos, agora avalia transferir seu domicílio eleitoral para o maior colégio eleitoral do país — uma mudança que pode ter impacto profundo na política mineira.

Nos bastidores do PL, a articulação tem gerado desconforto. A direção nacional da legenda, liderada por Valdemar Costa Neto, vê a mudança como uma estratégia para ampliar a bancada paulista, especialmente apostando no carisma e alcance digital de Nikolas. Cálculos internos indicam que ele poderia ultrapassar a marca de 2 milhões de votos em São Paulo, puxando votos para outros candidatos da sigla.

Por outro lado, o diretório do PL em Minas Gerais não esconde a preocupação. Lideranças locais temem perder o principal nome conservador do estado, considerado peça-chave na estrutura eleitoral bolsonarista. Domingos Sávio, presidente da sigla em Minas, já demonstrou publicamente resistência à ideia.

Caso Nikolas de fato deixe Minas, a disputa por seu capital político deve se intensificar. Dois nomes despontam como herdeiros naturais do espaço conservador deixado pelo deputado: o deputado estadual Cristiano Caporezzo e o deputado federal Zé Vitor, ambos do PL.

Caporezzo, ex-policial militar, tem ganhado notoriedade na Assembleia Legislativa com um discurso alinhado à pauta da direita tradicional. Ele já é visto como um dos principais expoentes do bolsonarismo mineiro.

Zé Vitor, por sua vez, já tem mandato consolidado na Câmara e também se posiciona como um nome forte para liderar o conservadorismo no estado, especialmente em caso de reconfiguração do partido para 2026.

A decisão final sobre o futuro político de Nikolas ainda está em análise e deve considerar tanto os objetivos estratégicos da sigla em nível nacional quanto os efeitos colaterais em Minas Gerais. A possível transferência dele para São Paulo reabre a disputa interna por influência e votos em uma das principais bases eleitorais do PL.