‘Simões pra lá, Pacheco pra cá’: a dança das cadeiras que pode balançar o cenário mineiro

Vice-governador de Minas acena ao PSD e espera movimento do senador Rodrigo Pacheco, que avalia deixar a sigla; sucessão mineira de 2026 pode ganhar novo contorno

Eloi Naves
Rodrigo Pacheco (PSD) e Matheus Simões (Novo)Pedro Gontijo / Senado Federal

As articulações políticas em Minas Gerais seguem aquecidas com declarações públicas que revelam possíveis trocas partidárias no alto escalão. O vice-governador Mateus Simões (Novo) afirmou nesta semana que, caso o senador Rodrigo Pacheco (PSD) deixe a legenda, será o primeiro a buscar diálogo com a direção nacional da sigla.

“Se o Pacheco sair, eu serei o primeiro a conversar com o Kassab,” afirmou Simões, referindo-se ao presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab.

A fala ganhou força nos bastidores e acende alertas sobre uma possível reconfiguração partidária com efeitos diretos sobre a sucessão ao governo de Minas em 2026.

PSD em xeque, Simões em campo

Rodrigo Pacheco ainda é o principal nome do PSD mineiro, mas seu futuro na legenda é incerto. Ele vem sendo cortejado por outras siglas com maior estrutura nacional — como o União Brasil e o MDB — que buscam nomes de centro com prestígio e trânsito institucional.

Caso Pacheco confirme a saída, o PSD mineiro deve se reorganizar, e o nome de Simões, com forte respaldo do governador Romeu Zema, passaria a ser uma das alternativas naturais para encabeçar um projeto majoritário estadual, dentro da mesma base.

A legenda, que hoje possui a maior bancada da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, já sinalizou interesse em manter protagonismo em 2026 — seja com Pacheco, Simões ou outro nome de articulação.

Novo na encruzilhada

Mateus Simões é hoje o quadro mais expressivo do Novo no estado, mas o partido não deve lançar candidatura própria ao Palácio Tiradentes. Essa conjuntura torna uma eventual migração de Simões para o PSD politicamente natural, caso a legenda abra espaço após a saída de Pacheco.

Simões mantém tom cauteloso, mas tem repetido que as conversas com o PSD são “legítimas” e fazem parte do processo democrático de construção política.

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