Mesmo com os prejuízos da temporada chuvosa de 2011, uma das mais fortes nos últimos anos, falta iniciativa dos municípios afetados por enchentes, vendavais ou deslizamentos de terra em Minas. Neste ano, o descaso das cidades permaneceu com ações preventivas. No início da estação, apenas 10 prefeituras haviam enviado seus planos de contingência para avaliação da Cedec. E só 22 cidades estão na lista daquelas que serão beneficiadas pelos programas para drenagem e recuperação de encostas que será custeado com recursos da União e do governo estadual. A temporada de chuvas já registrou sete mortes confirmadas em Minas, além do desaparecimento de uma pessoa, e sete cidades estão em situação de emergência.
Durante o verão, que começa no sábado, as precipitações devem ser constantes e volumosas. A situação pode ser ainda mais crítica em fevereiro, e algumas regiões do estado, como a Zona da Mata, o Leste e o Norte de Minas, devem ter precipitações acima da média, segundo previsão da Cemig divulgada ontem.
Apesar do risco representado pela previsão, as obras de drenagem e de recuperação de encostas nas cidades escolhidas para receber os recursos só devem começar em 2015. As verbas pleiteadas pelo estado junto ao governo federal somam R$ 546,2 milhões dentro do programa de prevenção de riscos de deslizamentos, enxurradas e inundações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2. São R$ 476,5 milhões financiados pela União e R$ 69,7 milhões dos cofres estaduais. O dinheiro deve custear intervenções em Belo Horizonte, Betim e Contagem, na Grande BH, e Muriaé, na Zona da Mata. O programa de recuperação de encostas beneficiará 18 cidades que historicamente sofrem com a força da chuva. Os projetos estão sendo licitados e as obras previstas para começar em 2015.
O assessor do Departamento de Meio Ambiente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Licínio Xavier, reconhece a dificuldade das prefeituras para acessar recursos federais e estaduais e confirma que a razão desse comportamento está relacionada à mudanças de gestão. “Na troca de prefeitos, as equipes técnicas também mudam e ações que vinham sendo executadas são interrompidas”, diz. Por considerar que o apoio técnico é importante para os municípios, o assessor afirmou que vai enviar um comunicado aos prefeitos informando sobre a assessoria técnica.
PREVISÕES- A temporada 2013/2014 não terá influência dos fenômenos El Niño e La Niña, já que o Oceano Pacífico está em estado de neutralidade. Com isso, o volume de chuva deve ficar próximo à média histórica. De acordo com o meteorologista Arthur Chaves, neste mês a tendência para as regiões Norte e Leste de Minas é de volume maior de precipitação. Já no Centro e Centro-Oeste do estado, as chuvas ficarão dentro do estimado para o período. Para janeiro, a previsão é de temporais dentro da normalidade no Leste e Centro-Oeste de Minas. No restante do estado, é esperada chuva ligeiramente acima da média histórica.
A situação pode ficar crítica em fevereiro, quando é esperado grande volume de chuva para todas as regiões de Minas, com exceção do Sul. Em março a previsão é de precipitações abaixo da média no Triângulo e dentro da média histórica no Centro, Centro-Oeste e Sul de Minas. “As demais regiões do estado devem ter volume acima da média, portanto são esperados os maiores acumulados de chuva para o Norte de Minas, Leste e Zona da Mata”, afirma o meteorologista.
Estado Minas
Apenas 10 cidades mineiras enviaram à Defesa Civil planos de ação contra chuva
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