A bebida alcóolica junto com a imprudência é a maior vilã quando o assunto são os acidentes aquáticos na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Neste período do ano, na primavera, a tendência é que a temperatura aumente gradativamente, fato que leva as pessoas a procurarem clubes, parques, lagos e rios para se refrescarem. Em 2012, foram registrados em Uberlândia, sete afogamentos fatais. Neste ano, o número já foi superado. Até setembro, o 5º Batalhão do Corpo de Bombeiros informou que oito pessoas morreram em decorrência de afogamento. “ O número não é alto, mas é preocupante por causa dos motivos que levam a ocorrência desses acidentes”, disse o tenente Helson Miguel de Macedo.
Para que uma pessoa se afogue, não é necessário grande quantidade de água. Na maioria dos casos, o acidente ocorre de forma silenciosa, o que dificulta o salvamento, mesmo que por profissionais preparados. “Geralmente os acidentes de afogamento são no fim de semana. Em se tratando de adultos, tem grande influência do álcool, porque as pessoas ficam mais corajosas. Nesse período, há muitos pescadores e eles precisam usar o colete, mas muitos não usam”, contou o tenente.
Nas ocorrências com adultos, os Bombeiros informam que é raro não ter influência da bebida alcóolica nos afogamentos. Quando se trata de crianças, é preciso ter sempre um responsável por perto, mesmo o local sendo raso.“ Muita gente acha que acontece afogamento só em lugares com muita água, mas ocorrem também em locais rasos. As crianças e os adultos podem bater a cabeça no chão ou em algum lugar e isso é bem propício para caracterizar o acidente. Quanto às crianças, elas não possuem discernimento e noção do que estão fazendo. O pai ou mãe precisam estar vigiando”, definiu Macedo.
Nos clubes, o ideal é que haja guarda vidas habilitados. Em outros locais, os Bombeiros do 5º Batalhão não realizam patrulhamento na região. O que é feito é um trabalho de prevenção. “ Não temos equipe de patrulhamento, na maioria dos casos são propriedades particulares. Na verdade, nós realizamos alguns programas sociais. Dentre eles, temos o Bombeiro Mirim, Bombeiro Sênior, Voluntário da Cidadania (conflito com alei) e Programa de Desenvolvimento de Natação (Prodinata)”, concluiu.
Fiscalização
Nos passeios da primavera e do verão, é comum as pessoas usarem canoas, barcos, motoaquáticas e os mais diversos veículos aquáticos. Para cada de tipo de embarcação é necessário uma habilitação. Na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, a Marinha da Capitania Fluvial do Tietê-Paraná é a responsável pelo patrulhamento, que é feito esporadicamente. “Fazemos esse patrulhamento com intuito de dar segurança as pessoas que procuram esse tipo de passeio. É avaliado a documentação do barco, a estrutura e também a se há autorização pelo curso de arrais”, disse o sargento da Marinha, Denilson.
No Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, há apenas uma escola autorizada para curso de arrais. Ela está situada em Uberlândia e é credenciada para o Atestado de Embarque para Arrais-Amador e Declaração de Frequência para Motonautas. “Nossa escola busca capacitar às pessoas que precisam desta habilitação. As aulas são teóricas e práticas. Os alunos tem todo tipo de treinamento de lancha, motoaquática e salva vidas” disse Janderlei de Almeida, proprietário da empresa.
Bebida alcoólica é a maior causadora de acidentes aquáticos no Triângulo
Cada habilitação custa cerca de R$ 850, para monomotor e motoaquática. Se não tiver nenhum tipo de reprovação por parte da capitania, o aluno consegue a carteira depois de aproximadamente quatro meses que iniciar o processo.
G1 Triângulo
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