Chega a oito o número de mortos em Minas em decorrências das chuvas, neste ano. Nesta sexta-feira (20), a Coordenadoria de Defesa Civil Estadual (Cedec) confirmou oficialmente a morte de mais duas vítimas. Trata-se de Berenice Bueno Ayres dos Reis, morta durante um deslizamento de terra na BR-474, em Aimorés, na região do Vale do Rio Doce; e Jancer Fabiano Ruas de Abreu, de 30 anos, arrastada por uma correnteza na cidade de Francisco Sá, no Norte do Estado.
Em Francisco Sá, Jancer morreu na tarde dessa quinta-feira (19) ao tentar atravessar o rio Bebedouro, na fazenda Bebedoro, no distrito de Cana Brava, montado em um cavalo. Ele acabou levado pelas correnteza após uma tromba d’ água. O animal, no entanto, foi encontrado com vida fora da água, perto de onde o homem se afogou. O corpo foi localizado pelo Corpo de Bombeiros a 100 metros do local do acidente.
Outra morte que ainda pode ser contabilizada pela Defesa Civil é a de Leandro de Souza Batista, de 7 anos, uma das vítimas de um deslizamento de terra na zona rural de Sardoá, no Vale do Rio Doce. A cidade decretou estado de calamidade pública após a tragédia que matou cinco pessoas da mesma família. De acordo com o Corpo de Bombeiros de Governador Valadares, que ajuda nas buscas, 28 militares trabalham na ocorrência, há quase 72 horas, sendo 12 do município e 16 de Belo Horizonte.
Situação de emergência
Mais duas cidades mineiras decretaram situação de emergência por causa do período chuvoso. Com isso sobe para dez o número de municípios duramente atingidos no Estado. Segundo dados da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais (Cedec/MG), divulgados nesta sexta-feira (20), os novos municípios que integram a lista são Itambacuri, no Vale do Rio Doce, e Ponto Chique, no Norte do Estado. Até esta sexta, outros 43 municípios mineiros registraram ocorrências devido às chuvas, totalizando 53 cidades afetadas.
Previsão de chuvas constantes e volumosas
Chuvas acima da média e temperaturas mais amenas são esperadas no Norte, Leste e Zona da Mata
Tem início neste sábado (21), às 15h11, a estação mais quente do ano, o verão. De acordo com o meteorologista Arthur Chaves de Paiva Neto, da Cemig, até o final de janeiro estão previstas chuvas mais constantes e volumosas, causadas principalmente pela convergência de umidade proveniente da Amazônia e do Oceano Atlântico.
Neste ano, o verão não estará sob a influência dos fenômenos El Niño/La Niña, pois o Oceano Pacífico encontra-se em um estado de neutralidade. Isso contribui para que as chuvas em boa parte do Estado fiquem próximas da média histórica. “Outras características marcantes do verão são a duração dos dias, que se tornam mais longos, e a ocorrência de veranicos, longos períodos sem chuvas, provavelmente em janeiro e fevereiro”, explica o meteorologista.
Segundo Arthur Chaves, neste mês, as chuvas deverão ficar abaixo da média na Zona da Mata, Sul de Minas e Triângulo e acima da média no Norte de Minas e no Leste. Já no Centro e Centro-Oeste do Estado, as chuvas ficarão dentro da média histórica. Para janeiro, a previsão é de chuvas dentro da normalidade no Leste e Centro-Oeste de Minas. No restante do Estado, são esperadas chuvas ligeiramente acima da média histórica.
Em fevereiro, são esperadas chuvas acima da média para todas as regiões, com exceção do Sul de Minas. Fechando o verão, em março são esperadas chuvas abaixo da média no Triângulo e dentro da média histórica no Centro, Centro-Oeste e Sul de Minas. “As demais regiões do Estado devem ter chuvas acima da média, portanto são esperados os maiores acumulados de chuva para o Norte de Minas, Leste e Zona da Mata”, afirma o meteorologista da Cemig.
Temperatura
Arthur Chaves explica que, em função das chuvas acima da média, o Norte de Minas, o Leste e a Zona da Mata devem ter temperatura mais amena, enquanto no restante do Estado a temperatura deve ficar bem próxima da média. “O mês mais quente da estação, quando comparado com sua média, será fevereiro. O Sul de Minas será a região que tende a ficar com as temperaturas acima da média com maior frequência, principalmente em dezembro e fevereiro”, finaliza o meteorologista.
O Tempo