ISABELLA LACERDA
Para conseguirem arcar com o décimo terceiro salário de seus servidores, prefeituras mineiras precisarão abrir mão de uma série de despesas, entre elas a conclusão de obras, o pagamento em dia de seus fornecedores e reduzir os cargos comissionados. A constatação é resultado de pesquisa feita pela Associação Mineira de Municípios (AMM) que, ao consultar prefeitos de Minas Gerais, concluiu que quase 30% das administrações não terão orçamento suficiente para pagar o salário extra de seus funcionários até dezembro.
Como mostrou O TEMPO no início do mês, as cidades no Norte de Minas e Jequitinhonha são as mais prejudicadas. O principal argumento dos prefeitos é a flutuação do valor do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), uma vez que mais da metade das cidades nessas duas regiões dependem quase que exclusivamente desse recurso.
Compensação. Por considerarem o décimo terceiro salário imprescindível para seus funcionários, os municípios têm preferido comprometer outras despesas. Entre as cidades ouvidas pela AMM, 68,1% informaram que se esforçarão para pagar o bônus extra aos servidores dentro do prazo e em uma única parcela. Para isso, terão que deixar de pagar, por exemplo, empresas que prestam serviços ao município.
Prefeitos organizam o “Dia do Basta”
Planejamento. Paralisação. Basta. Entre as cidades que devem pagar o décimo terceiro em parcela única, 63,5% delas pretendem liberar o recurso em dezembro. Já 6,3% dos municípios pretendem dividir o pagamento entre os meses de novembro e dezembro e outros 11,5% já vêm pagando a parcela única durante todo o ano.
Além das 93 prefeituras que já fecharam as portas em protesto a situação dos cofres municipais, outras 20 prefeituras mineiras farão o mesmo ato em dezembro.
A Associação Mineira de Municípios (AMM) planeja um grande ato em Belo Horizonte no próximo dia 13. Chamado de “Dia do Basta”, a ideia da entidade é trazer gestores de todas as prefeituras mineiras para a capital em protesto contras as dificuldades enfrentadas pelos prefeitos.
O Tempo