Hidrelétrica de São Simão é reconhecida como referência mundial no setor de energia

A Usina Hidrelétrica de São Simão, da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), foi reconhecida recentemente como referência no setor energético mundial pelo prêmio International Milestone Rockfill Dam Project Award. Localizada no rio Paranaíba, na região do Triângulo Mineiro, a hidrelétrica está em operação desde 1978 e foi selecionada devido ao seu projeto inovador tanto na construção quanto na operação, ao seu bom desempenho operacional e a atenção com os aspectos sociais e ambientais.
São Simão foi escolhida por unanimidade para receber o prêmio, obtendo a aprovação de todos os seis especialistas internacionais que analisaram, sendo que era necessário apenas dois terços dos votos para a conquista da premiação. Além dela, que foi a única brasileira reconhecida neste ano, outras quatro usinas também receberam o prêmio: Bakun (Malásia), Nam Ngum 2 (Laos), La Yesca (México) e Jiudianxia (China).
Segundo a avaliação dos especialistas, essas cinco usinas podem servir de exemplo para novos projetos do setor energético, tornado-se referência para futuras construções. A engenheira da Cemig Paula Divino explica que o prêmio foi criado em 2009 exatamente com o objetivo de reconhecer barragens que sejam referências no setor devido aos seus projetos inovadores já implantados ou em implantação e também as ações tomadas para garantir uma operação confiável.
Ela explica que São Simão tem uma série de diferenciais que a fizeram ganhar esse prêmio. O primeiro deles está no projeto de construção. “Tradicionalmente, as barragens têm um núcleo, que é um elemento de vedação e vai até a fundação delas. No caso de São Simão, esse núcleo não vai até a fundação. Isso acontece porque ela foi construída com cascalho de terraço, material excelente para construção de barragens por ser impermeável e muito resistente. Isso fez com que ela tivesse um projeto único e extremamente inovador”, diz.
Outro diferencial, de acordo com Paula Divino, é que as barragens costumam ter drenos de areia, o que São Simão não tem devido ao material que foi utilizado em sua construção – o cascalho de terraço. “Ela também é inovadora porque o canal do rio era muito profundo e foi preciso instalar ensecadeira de 60 metros de altura, que são únicas no projeto da barragem de São Simão”, afirma. Ela destaca ainda a disponibilidade da usina para o sistema elétrico nacional. “Ela é mantida com inspeções regulares e corpo técnico extremamente capacitado”, ressalta.
A usina de São Simão possui seis unidades geradoras e maior potência instalada entre as hidrelétricas da Cemig, com 1.710 MW. Em relação aos aspectos socioambientais, durante a construção de São Simão, há mais de 30 anos, foi preciso realocar duas cidades e duas vilas. Esses municípios foram reconstruídos em locais diferentes. “O que há 30 anos era algo totalmente inovador, pois envolveu grandes áreas e estruturas enormes”, observa.
Diário do Comércio